No dia 09 de julho, exatamente no dia em que faz 30 anos de morte de um dos maiores poetas de nossa história, o nosso evento Uma Noite na Taverna, mais uma vez, homenageará o incomparável Vinícius de Moraes. É a terceira edição da Taverna em homenagem a Vinícius, que fora também o primeiro poeta consagrado homenageado pelo evento, em fevereiro de 2004. No ano passado a homenagem aconteceu no dia 13 de fevereiro. Assim, Vinícius de Moraes torna-se o poeta mais homenageado pelo Uma Noite na Taverna. Como podem ver, ele sempre volta! Parece que o Poetinha gostou mesmo do clima boêmio do evento. O Uma Noite na Taverna estará muito especial, pois será agraciado mais uma vez por diversas vertentes da arte com uma seletiva de excelentes artistas. Os poetas residentes e idealizadores do evento, Rodrigo Santos e Romulo Narducci, homenegearão Vinícius de Moraes com leituras de vários poemas do artista. O evento ainda conta com a participação do trovador tavernista Pakkatto que recitará seus trabalhos próprios; com a performance poética "Vermelho-sangue" da poeta e atriz Suzanne Morais; com a música da badalada banda Gilbert T, que se apresentará pela segunda vez no evento e estará lançando o seu CD "Eu Não Vou Morrer Hoje"; com a esquete teatral "E por Falar em Pierrot", de Gabriela Slovick, direção de Sérgio Santal, produção de Carolina Dias, com os atores Tiago Atzevedo e Andréa Bernadete; e ainda com a exposição "Namorados" da artista plástica e poeta Bianca Tupinambá.

Em 1941, por causa da 2ª Guerra Mundial retornou ao Brasil e empregou-se como crítico de cinema no jornal "A Manhã" e colaborou com suplementos literários em jornais e revistas. Mas como isso não rendia nem para o uísque, como o próprio dizia, empregou-se no Instituto dos Bancários e começou a estudar para o Itamaraty. Nessa época, seus versos eram marcados por uma linguagem mais simples, sensual e, carregados de temas sociais. Em 1943, publicou o livro "Cinco Elegias", que marcou esta nova fase, e "Poemas, Sonetos e Baladas", em 1946 - obra ilustrada com 22 desenhos de Carlos Leão.
Aprovado no concurso, após estagiar com João de Cabral de Melo Neto, em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles. Com a morte de seu pai, em 1950, Vinícius de Moraes retornou ao Brasil. Nos anos 50, Vinícius atuou no campo diplomático em Paris e em Roma, onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda.
Além, da carreira diplomática, de onde atuou até o final de 1968, Vinícius começou a se tornar prestigiado com sua peça de teatro "Orfeu da Conceição", obra de 1954. Além da diplomacia, do teatro e dos vários livros publicados, sua carreira musical começou a deslanchar em meados da década de 1950 - época em que conheceu um jovem pianista, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, Tom Jobim, que na época tinha 29 anos e vivia da venda de músicas e arranjos nos inferninhos de Copacabana -, quando diversas de suas composições foram gravadas por inúmeros artistas, ajudando a dar explosão a partir de 1958 em um dos maiores movimentos da música brasileira, a Bossa Nova.

Vinícius e Tom Jobim
Na década seguinte, Vinícius de Moraes viveu um período áureo na MPB, no qual foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria. Foram firmadas parcerias com compositores como Baden Powell, Carlos Lyra e Francis Hime. Em 1964, após voltar novamente de missão diplomática ao Brasil, logo se apresentou na boate "Zum-zum", ao lado de Dorival Caymmi, Quarteto em Cy e o conjunto de Oscar Castro Neves. O concerto teve repercussão no meio artístico, sendo lançado o LP pelo selo Elenco, contendo composições como "Bom Dia, Amigo" (parceria com Baden Powell), "Carta ao Tom", "Dia da Criação" e "Minha Namorada" (parcerias com Carlos Lyra), e "Adalgiza", "... Das Rosas" "História de Pescadores" e "Saudades da Bahia" (parcerias com Dorival Caymmi).
Vinícius, Marieta Severo e Chico Buarque
Em 1969, iniciou suas primeiras composições com um novo parceiro, o violonista Toquinho. Desta parceria, vieram os clássicos como "Como Dizia o Poeta", "Tarde em Itapoã" e "Testamento". Em 1970, Vinícius se apresentou na casa de espetáculo carioca Canecão, com o parceiro Tom Jobim, com o violonista Toquinho e a cantora Miúcha. O show, que relembrou a trajetória do poeta ficou quase um ano em cartaz devido ao grande sucesso obtido. Outra apresentação marcante de Vinícius de Moraes, ao lado de Toquinho e da cantora Maria Creuza, foi em Buenos Aires, na boate La Fusa. O antológico concerto resultaria no LP ao vivo "Vinícius En La Fusa", uma das mais belas jóias guardadas ao vivo da música brasileira. Durante essa década Vinícius seguiu lançando álbuns e livros de grande sucesso.
Toquinho e Vinícius
Vinícius e Os Cariocas
Tom Jobim, Vinícius, Ronaldo Boscoli, Roberto Menescal e Carlos Lyra.
Há exatos 30 anos, na madrugada de 9 de julho de 1980, Vinícius de Moraes começou a passar mal na banheira da casa onde morava na Gávea, vindo a falecer depois. O poeta passou o dia anterior com o parceiro e amigo Toquinho, com quem planejava os últimos detalhes do volume 2 do álbum "Arca de Noé". Em 1981, este LP foi lançado.
BIBLIOGRAFIA

- O Caminho Para a Distância (1933);
- Forma e Exegese (1935);
- Ariana, a Mulher (1936);
- Novos Poemas (1938);
- Cinco Elegias (1943);
- Poemas, Sonetos e Baladas (1946);
- Pátria Minha (1949);
- Antologia Poética (1954);
- Livro de Sonetos (1957);
- Novos Poemas (II) (1959);
- Para Viver Um Grande Amor (1962);
- A Arca de Noé (Poemas Infantis) (1970);
- Poesia Completa e Prosa (1998).





























