segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Ação Solidária: Poesia no Sangue!

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Nessa quinta-feira, dia 16 de fevereiro, os integrantes do movimento cultural Uma Noite na Taverna estarão mostrando que tem a poesia no sangue, e compartilhando, tanto a poesia quanto o sangue, em uma ação de doação voluntária no Hemocentro de São Gonçalo. “Doar sangue, assim como escrever poesias, é um ato de amor ao próximo e a si mesmo” - diz Rodrigo Santos, poeta e idealizador da campanha – “A campanha vai ser uma forma de devolver um pouco do carinho que a cidade sempre teve conosco”, completa.

O Carnaval é uma das épocas mais críticas para os bancos de sangue, pois aumentam os acidentes e os índices de doação, que já são baixos, caem mais ainda. Aproveitando a visibilidade que conquistaram com Uma Noite na Taverna, os poetas usaram o espaço e o microfone para convocar o seu público no evento da sexta-feira passada, ocorrido no SESC São Gonçalo. “Estamos também mobilizando as pessoas de nossas redes sociais, atentando para a importância da doação de sangue, principalmente neste período”, diz Henrique Santos (vulgo Pakkatto), um dos poetas de Uma Noite na Taverna.

A Campanha, chamada de Poesia no Sangue, acontecerá nesta quinta-feira, 16 de fevereiro, a partir das 8 horas da manhã, no Hemocentro de São Gonçalo, que fica na Praça Estephania de Carvalho, s/nº, na Zé Garoto.

Vamos ajudar a cidade a abastecer seus estoques para o Carnaval, doando sangue com os poetas de Uma Noite na Taverna.
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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Uma Noite na Taverna com a poesia e música de Noel Rosa

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Noel Rosa, um nome que é sinônimo de talento: boa música brasileira, arte, boemia e simpatia. O sambista que ajudou a popularizar o seu estilo e fez sua música atravessar gerações, influenciando outros mitos do da Música Popular Brasileira é o grande homenageado da edição de fevereiro do Uma Noite na Taverna.

O evento que acontecerá nessa sexta-feira, no dia 10 de fevereiro, às 19 horas, com entrada franca (uma semana antes do Carnaval!) trará as letras de Noel Rosa recitadas pelos poetas tavernistas Rodrigo Santos, Romulo Narducci e Pakkatto, além da música autoral do grupo musical Anatha (que fará algumas incursões pela obra do homenageado) e da poesia das tavernistas Michelle de Oliveira e Alessandra Moraes dos Santos.

BIOGRAFIA


Noel Rosa nasceu de um parto muito difícil, que incluiu o uso de fórceps pelo médico obstetra, como medida para salvar as vidas da mãe e bebê. Além disso, nasceu com hipoplasia (desenvolvimento limitado) da mandíbula (provável Sindrome de Pierre-Robin) o que lhe marcou as feições por toda a vida e destacou sua fisionomia bastante particular.


Criado no bairro carioca de Vila Isabel, primeiro filho do comerciante Manuel Garcia de Medeiros Rosa e da professora Martha de Medeiros Rosa, Noel era de família de classe média, tendo estudado no tradicional Colégio São Bento.


Adolescente, aprendeu a tocar bandolim de ouvido e tomou gosto pela música — e pela atenção que ela lhe proporcionava. Logo, passou ao violão e cedo tornou-se figura conhecida da boemia carioca. Entrou para a Faculdade de Medicina, mas logo o projeto de estudar mostrou-se pouco atraente diante da vida de artista, em meio ao samba e noitadas regadas à cerveja. Noel foi integrante de vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás, ao lado de João de Barro (o Braguinha), Almirante, Alvinho e Henrique Brito.

Em 1929, Noel arriscou as suas primeiras composições, Minha Viola e Festa no Céu, ambas gravadas por ele mesmo. Mas foi em 1930 que o sucesso chegou, com o lançamento de Com que roupa?, um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um clássico do cancioneiro brasileiro. Essa música ele se inspirou quando ia sair com os amigos, a mãe não deixou e escondeu suas roupas, ele, com pressa perguntou: "Com que roupa eu vou?"


Noel revelou-se um talentoso cronista do cotidiano, com uma sequência de canções que primam pelo humor e pela veia crítica. Orestes Barbosa (homenageado no ano passado no Uma Noite na Taverna), exímio poeta da canção, seu parceiro em Positivismo, o considerava o "rei das letras". Noel também foi protagonista de uma curiosa polêmica (Noel Rosa X Wilson Batista) travada através de canções com seu rival Wilson Batista. Os dois compositores atacaram-se mutuamente em sambas agressivos e bem-humorados, que renderam bons frutos para a música brasileira, incluindo clássicos de Noel como Feitiço da Vila e Palpite Infeliz. Entre os intérpretes que passaram a cantar seus sambas, destacam-se Mário Reis, Francisco Alves e Aracy de Almeida.


Noel teve ao mesmo tempo várias namoradas e foi amante de muitas mulheres casadas. Casou-se em 1934 com uma moça da alta sociedade, Lindaura, mas era apaixonado mesmo por Ceci (Juraci Correia de Araújo), a prostituta do cabaré, sua amante de longa data. Era tão apaixonado por ela, que ele escreveu e fez sucesso com a música "Dama do Cabaré", inspirada em Ceci, que mesmo na vida fácil, era uma dama ao se vestir e ao se comportar com os homens, e o deixou totalmente enlouquecido pela sua beleza. Foram anos de caso com ela, eles se encontravam no cabaré a noite e passeavam juntos, bebiam, fumavam, andavam principalmente pelo bairro carioca da Lapa, onde se localizava o cabaré. Ele dava-lhe presentes, joias, perfumes e ela o compensava com noites inesquecíveis de amor.

Noel passou os anos seguintes travando uma batalha contra a tuberculose. A vida boêmia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível para o artista, que entre viagens para cidades mais altas em função do clima mais puro, sempre voltava para o samba, à bebida e o cigarro, nas noites cariocas, cercado de muitas mulheres, a maioria, suas amantes. Mudou-se com a esposa para Belo Horizonte, lá, Lindaura engravidou, mas sofreu um aborto, e não pôde mais ter filhos, por isso Noel não foi pai. Da capital mineira, escreveu ao seu médico, Dr. Graça Melo:

“Já apresento melhoras/Pois levanto muito cedo/E deitar às nove horas/Para mim é um brinquedo/A injeção me tortura/E muito medo me mete/Mas minha temperatura/Não passa de trinta e sete/Creio que fiz muito mal/Em desprezar o cigarro/Pois não há material/Para o exame de escarro".


Noel Rosa trabalhou na Rádio Mineira e entrou em contato com compositores amigos da noite, como Rômulo Pais, recaindo sempre na boêmia. De volta ao Rio, jurou estar curado, mas faleceu em sua casa no bairro de Vila Isabel no ano de 1937, aos 26 anos, em consequência da doença que o perseguia desde sempre. Deixou sua esposa viúva e desesperada. Lindaura, sua mulher, e Dona Martha, sua mãe, cuidaram de Noel até o fim.

Peri Cunha, Mário Reis, Francisco Alves, Noel Rosa e Nonô.

BIBLIOGRAFIA



Outros livros:

Noel Rosa e sua época (Jacy Pacheco), a primeira biografia sobre Noel, publicado em 1955.


O Cantor da Vila (Jacy Pacheco), publicado em 1958.

Noel Rosa: Língua e Estilo (Castellar de Carvalho e Antonio Martins de Araujo)

Songbook Noel Rosa 1, 2 e 3 (Almir Chediak)

Noel Rosa: Para Ler e Ouvir (Eduardo Alcantara de Vasconcellos)

O Jovem Noel Rosa (Guca Domenico)

O Estudante do Coração e O Sol nasceu para todos:a História Secreta do Samba (Luis Carlos de Morais Junior), publicados em 2010 e 2011

Noel Rosa: Poeta da Vila, cronista do Brasil. (Luiz Carlos Leitão), publicado em 2009.

Noel Rosa o poeta do samba e da cidade. (André Diniz), publicado em 2010.


NO TEATRO


NO CINEMA

Rafael Raposo e Camilla Pitanga no filme Noel - Poeta da Vila (2006)
Noel Rosa já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Chico Buarque no filme O Mandarim (1995) e Rafael Raposo no filme Noel - Poeta da Vila (2006).

O primeiro longa-metragem sobre o compositor, Noel - Poeta da Vila, foi baseado na biografia de Máximo e Didier e dirigido por Ricardo van Steen. Teve sua estreia no Festival de Cinema do Rio de Janeiro em 2006 e na 30ª Mostra de Cinema de São Paulo. Entrou em circuito em agosto de 2007, ano que marcou os 70 anos da morte do poeta do samba.

Antes deste filme, outros filmes, de curta e média-metragem, foram realizados sobre Noel Rosa. O próprio Ricardo Van Steen, realizador de Noel, Poeta da Vila, dirigiu um curta-metragem, Com Que Roupa? (1997), com Cacá Carvalho no papel de Noel Rosa.

Rogério Sganzerla (1946-2004), um dos principais nomes do chamado Cinema Marginal, era fascinado pela vida e obra de Noel Rosa, e planejava fazer o seu próprio longa-metragem. O projeto acabou não vingando, mas durante esta espera, realizou dois documentários, um de curta-metragem, Noel Por Noel (1978), e um de média-metragem, Isto É Noel Rosa (1991).

Em O mandarim (1995) — uma representação experimental da vida do cantor Mário ReisJúlio Bressane (outro representante do Cinema Marginal) chama Chico Buarque para interpretar Noel Rosa.

Em 1994, Alexandre Dias da Silva descobre um filme raríssimo — o curta-metragem Vamo Falá do Norte (1929), de Paulo Benedetti, com a única imagem filmada de Noel Rosa, junto com o Bando de Tangarás — e, com texto de José Roberto Torero e cenas de cinejornais e filmes de 1929, realiza o curta-metragem O Cantor de Samba.

No mesmo ano, Noel Rosa se torna personagem do curta-metragem de ficção Bar Babel, realizado no Paraná por Antônio Augusto Freitas.

Em 1998, Antonio Paiva Filho escreve e dirige, em vídeo, uma ficção inspirada no célebre samba de Noel Rosa Coração, presente mesmo no título: A Paixão Faz Dor no Crânio Mas Não Ataca o Coração.

E em 1999, André Sampaio realiza uma ficção experimental, Polêmica, a partir da famosa polêmica musical entre Noel Rosa e Wilson Batista.

Trilhas musicais para o cinema


Antes de ser tema de filmes, a música de Noel Rosa esteve presente em um sem-número de filmes brasileiros.

Mesmo enquanto o Poeta da Vila ainda era vivo: na comédia musical Alô, Alô, Carnaval, de Adhemar Gonzaga (produção Cinédia — 1936), duas marchas de carnaval de Noel Rosa estavam em sua trilha sonora: Pierrot Apaixonado (parceria com Heitor dos Prazeres) e Não Resta a Menor Dúvida (parceria com Hervé Cordovil).

No mesmo ano, compôs seis músicas, em parceria com Vadico, para o filme Cidade-Mulher, de Humberto Mauro (produção Brasil-Vita): a música-título do filme (interpretada por Orlando Silva), Dama do Cabaré, Tarzan, O Filho do Alfaiate, Morena Sereia, Numa Noite À Beira-Mar e Na Bahia.

Outros filmes de destaque com músicas de Noel Rosa em sua trilha sonora foram os realizados por Carlos Alberto Prates Correia, outro grande admirador de sua música: em Perdida (1975), a gravação original de Quem Dá Mais? (1932), na voz do próprio Noel Rosa, serve de fundo para uma cena passada num bordel.

Em Cabaret Mineiro (1980) — grande premiado no Festival de Gramado de 1981 — Pra Esquecer — com Tavinho Moura e regional — e Nunca… Jamais! - com Tavinho Moura, Silvia Beraldo e regional — tem a mesma função de reforço da ironia em duas sequências do filme.

HOMENAGEM "EM CASA"

Em 2010, cem anos depois do seu nascimento, o GRES Unidos de Vila Isabel, escola de samba sediada na Zona Norte do Rio de Janeiro, no bairro de Vila Isabel, levou Noel Rosa como seu enredo do carnaval de 2010. Fez-se um desfile em sua homenagem, com o samba intitulado Noel: A Presença do Poeta da Vila, de autoria do compositor Martinho da Vila. O desfile realizado pela Unidos de Vila Isabel se deu na segunda-feira de carnaval, dia 15 de Fevereiro de 2010. A escola foi a quinta escola a desfilar e o resultado oficial rendeu à escola a quarta colocação na ordem oficial de apuração dos pontos pela LIESA.

Monumento a Noel Rosa no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro
                                                                                                                                                                                                                  

Sua vida foi objeto de um excelente drama de Plínio MarcosO Poeta da vila e seus amores — encenado no Teatro Popular do Sesi. Foram mais de dois anos ininterruptos em cartaz.

Dentre os livros a respeito do artista, duas obras são de grande importância para se estudar Noel Rosa:

No Tempo de Noel Rosa, escrita pelo amigo Almirante, e a essencial

Noel Rosa: Uma Biografia, de João Máximo e Carlos Didier.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Evento: Celebração dos 8 anos de Uma Noite na Taverna


No dia 14 de janeiro, no SESC São Gonçalo, público e artistas se reuniram para celebrarem o aniversário de 8 anos do maior evento de poesia da cidade. Os tavernistas receberam uma média de 200 pessoas numa agradável tarde de sábado, onde se apresentaram as bandas Márcio de Castro & Banda, Xande McLeite, Pakkatto (de volta às origens, de violão em punho como um trovador solitário) e mais uma plêiade de quase 20 poetas.

Nem o forte calor desanimou, o evento começou extraordinariamente às 18 horas quando o sol ainda estava a pino, mas o público foi perseverante e lotou o SESC.


Os poetas tavernistas Rodrigo Santos, Pakkatto e Romulo Narducci abriram o evento falando da luta que tem sido ao longo dos anos para conseguirem resistir com um evento de artes na cidade de São Gonçalo sem apoio de empresários e do governo. Exaltaram a importância da presença do público durante a história da Taverna que sempre esteve em grande número e por isso a longevidade e o sucesso do evento foram garantidos.


Márcio de Castro e sua banda foram a primeira atração do dia. O músico mandou muito bem com seu Rock autoral, básico, sem frescuras e com muito punch.



No meio da apresentação o músico Márcio de Castro convidou a poeta Luana Vasconcellos para fazer uma participação com uma de suas poesias autorais.




Após a música, os poetas foram ao palco e mostraram os seus trabalhos autorais engrandecendo ainda mais a festa.
Luis Carlos




Alessandra Moraes dos Santos




Maycon Arcanjo




Bruna Jardim


 
Luana Vasconcellos



 


Anderson Lacerda  


Wellington de Sousa



Ricardo de Jordan




 


Xande McLeite











Tiago de Barros




Wenceslau Coral Teodoro




Marcos Guedes




Nereis Ribeiro







Pakkatto



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Romulo Narducci, Pakkatto e Rodrigo Santos: toda gratidão ao público

Cia O Quarto de Teatro


Uma festa e tanto para celebrar o maior evento de poesia de São Gonçalo, não podia faltar o bolo para comemorar. Mais um ano de muito trabalho e arte pela arte foi celebrado. Que venham mais 8, 9, 10...


Até a próxima!

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Fotos por

Eduardo H. martins
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