quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Expresso Lunar em pocket show no Stoner Pub e Petiscaria: Imperdível!

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Hoje, a banda Expresso Lunar vai se apresentar num pocket show, no Stoner Pub e Petiscaria, onde vários outros músicos da cidade de São Gonçalo irão se apresentar. O evento será uma confraternização entre artistas da cidade e público, a partir das 21 horas, com entrada Aberta e FRANCA!

Essa será a última apresentação da banda no ano.

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NOTA: Amanhã quem se apresentará no Stoner Pub e Petiscaria é o músico Rodrigo Santos (ex-Barão Vermelho) com seus convidados. Para maiores informações ligue para o telefone do Stoner: 2604-3334 e faça sua reserva!  
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Teatro: Amarante - Os Mistérios das Terras de Além Mar, estréia hoje no SESC São Gonçalo

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A peça ensaiada pelo Núcleo de Pesquisa Corpo em Cena, traz HOJE ao palco do SESC São Gonçalo os alunos do Curso de iniciação teatral Corpo Expressivo do ator e professor de teatro Reynaldo Dutra. É resultado de pesquisas e exercícios teatrais durante o ano de 2011.

A peça encenada pelo grupo será "AMARANTE - Os Mistérios das Terras de Além Mar", que contará trechos da história da cidade de São Gonçalo de forma inteligente, inovadora e bem humorada. Texto: André Correia. Direção artística: Reynaldo Dutra e Eros Nunes.

Maiores detalhes na divulgação acima! IMPERDÍVEL!

Ensaio do grupo para a peça que estréia hoje no SESC São Gonçalo.
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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Entrevista com Manoel de Barros da Globo News será exibida na Taverna

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Quem chegar cedo ao evento de hoje será presenteado com uma entrevista com o poeta Manoel de Barros realizada pela Globo News.

O programa fora gravado há alguns anos na casa do poeta em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde vive atualmente com seus 93 anos. Manoel de Barros fala sobre criação artística, inspiração para escrever seus versos, suas memórias de infância e sobre a cultura em nossa época. Ele ainda mostra o lugar em que se recolhe para suas viagens literárias e mostra onde cria e guarda seus preciosos rascunhos.

A entrevista será exibida hoje no Uma Noite na Taverna a partir das 19:30h.
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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Uma Noite na Taverna com a poesia de Manoel de Barros

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No dia 16 de dezembro, a partir das 19 horas, no SESC São Gonçalo, o Uma Noite na Taverna fecha um ano que marcou história para o evento e para o movimento artístico tavernista, com uma bela homenagem a um dos poetas mais festejados da literatura brasileira da atualidade: Manoel de Barros

Os poetas Rodrigo Santos, Romulo Narducci e Pakkatto recitarão os versos do poeta matogrossense além de receberem artistas convidados entre músicos e poetas para fecharem o ano com chave de ouro.
Na poesia teremos a apresentação do excelente poeta Rodrigo Vieira que por diversas vezes se apresentou no evento (tendo feito incursões tavsrnísticas com o grupo nesse ano em eventos como a abertura do Niterói recebe a América do Sul e FLUP). Poetas como Tiago de Barros, Luizinho Lima e Rinaldo Raposo Ribeiro (que estará lançando o seu livro "Luz das Trevas") estarão recitando pela primeira vez no evento. A música ficará por conta de Magno da Gaita e Banda. Magno é músico, compositor, professor e integrante da banda Bilhete Blues e estará dando uma prévia de pré-lançamento de seu CD autoral nesta Taverna.

BIOGRAFIA - BIOGRAFIA - BIOGRAFIA



Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu em Cuiabá (MT) no Beco da Marinha, beira do Rio Cuiabá, em 19 de dezembro de 1916, filho de João Venceslau Barros, capataz com influência naquela região. Mudou-se para Corumbá (MS), onde se fixou de tal forma que chegou a ser considerado corumbaense. Atualmente mora em Campo Grande (MS). É advogado, fazendeiro e poeta.

Manoel é um poeta brasileiro do século XX, pertencente, cronologicamente à Geração de 45, mas formalmente ao Modernismo brasileiro, se situando mais próximo das vanguardas européias do início do século e da Poesia Pau-Brasil e da Antropofagia de Oswald de Andrade. Recebeu vários prêmios literários, entre eles, dois Prêmios Jabutis. É o mais aclamado poeta brasileiro da contemporaneidade nos meios literários. Enquanto ainda escrevia, Carlos Drummond de Andrade recusou o epíteto de maior poeta vivo do Brasil em favor de Manoel de Barros. Sua obra mais conhecida é o "Livro sobre Nada" de 1996.

Tinha um ano de idade quando o pai decidiu fundar fazenda com a família no Pantanal: construir rancho, cercar terras, amansar gado selvagem. Nequinho, como era chamado carinhosamente pelos familiares,  cresceu brincando no terreiro em frente à casa, pé no chão, entre os currais e as coisas "desimportantes" que marcariam sua obra para sempre.
"Ali o que eu tinha era ver os movimentos, a atrapalhação das formigas, caramujos, lagartixas. Era o apogeu do chão e do pequeno."

Com oito anos foi para o colégio interno em Campo Grande, e depois no Rio de Janeiro. Não gostava de estudar até descobrir os livros do padre Antônio Vieira: "A frase para ele era mais importante que a verdade, mais importante que a sua própria fé. O que importava era a estética, o alcance plástico. Foi quando percebi que o poeta não tem compromisso com a verdade, mas com a verossimilhança." Um bom exemplo disso está num verso de Manoel que afirma que "a quinze metros do arco-íris o sol é cheiroso." E quem pode garantir que não é? "Descobri que servia era pra aquilo: Ter orgasmo com as palavras." Dez anos de internato lhe ensinaram a disciplina e os clássicos a rebeldia da escrita.


Mas o sentido total de liberdade veio com "Une Saison en Enfer" de Arthur Rimbaud (1854-1871), logo que deixou o colégio. Foi quando soube que o poeta podia misturar todos os sentidos. Conheceu pessoas engajadas na política, leu Marx e entrou para a Juventude Comunista. Seu primeiro livro, aos 18 anos, não foi publicado, mas salvou-o da prisão. Havia pichado "Viva o comunismo" numa estátua, e a polícia foi buscá-lo na pensão onde morava. A dona da pensão pediu para não levar o menino, que havia até escrito um livro. O policial pediu para ver, e viu o título: "Nossa Senhora de Minha Escuridão". Deixou o menino e levou a brochura, único exemplar que o poeta perdeu para ganhar a liberdade.

Quando seu líder Luiz Carlos Prestes foi solto, depois de dez anos de prisão, Manoel esperava que ele tomasse uma atitude contra o que os jornais comunistas chamavam de "o governo assassino de Getúlio Vargas." Foi, ansioso, ouvi-lo no Largo do Machado, no Rio. E nunca mais se esqueceu:
"Quando escutei o discurso apoiando Getúlio — o mesmo Getúlio que havia entregue sua mulher, Olga Benário, aos nazistas — não agüentei. Sentei na calçada e chorei. Saí andando sem rumo, desconsolado. Rompi definitivamente com o Partido e fui para o Pantanal".

Mas a idéia de lá se fixar e se tornar fazendeiro ainda não havia se consolidado no poeta. Seu pai quis lhe arranjar um cartório, mas ele preferiu passar uns tempos na Bolívia e no Peru, "tomando pinga de milho". De lá foi direto para Nova York, onde morou um ano. Fez curso sobre cinema e sobre pintura no Museu de Arte Moderna. Pintores como Picasso, Chagall, Miró, Van Gogh, Braque reforçavam seu sentido de liberdade. Entendeu então que a arte moderna veio resgatar a diferença, permitindo que "uma árvore não seja mais apenas um retrato fiel da natureza: pode ser fustigada por vendavais ou exuberante como um sorriso de noiva" e percebeu que "os delírios são reais em Guernica, de Picasso". Sua poesia já se alimentava de imagens, de quadros e de filmes. Chaplin o encanta por sua despreocupação com a linearidade. Para Manoel, os poetas da imagem são Federico Fellini, Akira Kurosawa, Luis Buñuel ("no qual as evidências não interessam") e, entre os mais novos, o americano Jim Jarmusch. Confessava ser um "...'vedor' de cinema. Mas numa tela grande, sala escura e gente quieta do meu lado".

Voltando ao Brasil, o advogado Manoel de Barros conheceu a mineira Stella no Rio de Janeiro e se casaram em três meses. No começo do namoro a família dela — mineira — se preocupou com aquele rapaz cabeludo que vivia com um casaco enorme trazido de Nova York e que sempre se esquecia de trazer dinheiro no bolso. Mas, naquela época, Stella já entendia a falta de senso prático do noivo poeta. Por isso, Manoel a chama de "guia de cego". Stella o desmente: "Ele sempre administrou muito bem o que recebeu." Tiveram três filhos, Pedro, João e Marta (que fez a ilustração da capa da 2a. edição do "Livro das pré-coisas") e sete netos.


Escreveu seu primeiro poema aos 19 anos, mas sua revelação poética ocorreu aos 13 anos de idade quando ainda estudava no Colégio São José dos Irmãos Maristas, no Rio de Janeiro, cidade onde residiu até terminar seu curso de Direito, em 1949. Como já foi dito, mais tarde tornou-se fazendeiro e assumiu de vez o Pantanal.
Seu primeiro livro  foi publicado no Rio de Janeiro, há mais de sessenta anos, e se chamou "Poemas concebidos sem pecado". Foi feito artesanalmente por 20 amigos, numa tiragem de 20 exemplares e mais um, que ficou com ele.
Nos anos 80, Millôr Fernandes começou a mostrar ao público, em suas colunas nas revistas Veja e Isto é e no Jornal do Brasil, a poesia de Manoel de Barros. Outros fizeram o mesmo: Fausto Wolff, Antônio Houaiss, entre eles. Os intelectuais iniciaram, através de tanta recomendação, o conhecimento dos poemas que a Editora Civilização Brasileira publicou, em quase a sua totalidade, sob o título de "Gramática expositiva do chão".




Hoje o poeta é reconhecido nacional e internacionalmente como um dos mais originais do século e mais importantes do Brasil. Guimarães Rosa, que fez a maior revolução na prosa brasileira, comparou os textos de Manoel a um "doce de coco". Foi também comparado a São Francisco de Assis pelo filólogo Antonio Houaiss, "na humildade diante das coisas. (...) Sob a aparência surrealista, a poesia de Manoel de Barros é de uma enorme racionalidade. Suas visões, oníricas num primeiro instante, logo se revelam muito reais, sem fugir a um substrato ético muito profundo. Tenho por sua obra a mais alta admiração e muito amor."

Segundo o escritor João Antônio, a poesia de Manoel vai além: "Tem a força de um estampido em surdina. Carrega a alegria do choro." Millôr Fernandes afirmou que a obra do poeta é "'única, inaugural, apogeu do chão." E Geraldo Carneiro afirma: "Viva Manoel violer d'amores violador da última flor do Laço inculta e bela. Desde Guimarães Rosa a nossa língua não se submete a tamanha instabilidade semântica". Manoel, o tímido Nequinho, se diz encabulado com os elogios que "agradam seu coração".


O poeta foi agraciado com o “Prêmio Orlando Dantas” em 1960, conferido pela Academia Brasileira de Letras ao livro “Compêndio para uso dos pássaros”. Em 1969 recebeu o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal pela obra “Gramática expositiva do chão” e, em 1997, o "Livro sobre nada” recebeu o  Prêmio Nestlé, de âmbito nacional. Em 1998, recebeu o Prêmio Cecília Meireles (literatura/poesia), concedido  pelo Ministério da Cultura.

Numa entrevista concedida a José Castello, do jornal "O Estado de São Paulo", em agosto de 1996, ao ser perguntado sobre qual sua rotina de poeta, respondeu:

"Exploro os mistérios irracionais dentro de uma toca que chamo 'lugar de ser inútil'. Exploro há 60 anos esses mistérios. Descubro memórias fósseis. Osso de urubu, etc. Faço escavações. Entro às 7 horas, saio ao meio-dia. Anoto coisas em pequenos cadernos de rascunho. Arrumo versos, frases, desenho bonecos. Leio a Bíblia, dicionários, às vezes percorro séculos para descobrir o primeiro esgar de uma palavra. E gosto de ouvir e ler "Vozes da Origem". Gosto de coisas que começam assim: "Antigamente, o tatu era gente e namorou a mulher de outro homem". Está no livro "Vozes da Origem", da antropóloga Betty Mindlin. Essas leituras me ajudam a explorar os mistérios irracionais. Não uso computador para escrever. Sou metido. Sempre acho que na ponta de meu lápis tem um nascimento."



Diz que o anonimato foi "por minha culpa mesmo. Sou muito orgulhoso, nunca procurei ninguém, nem freqüentei rodas, nem mandei um bilhete. Uma vez pedi emprego a Carlos Drummond de Andrade no Ministério da Educação e ele anotou o meu nome. Estou esperando até hoje", contava. Costumava passar dois meses por ano no Rio de Janeiro, ocasião em que ia ao cinema, revia amigos, lia e escrevia livros.

Ri de si mesmo e das glórias que não teve. "Aliás, não tenho mais nada, dei tudo para os filhos. Não sei guiar carro, vivo de mesada, sou um dependente", falava. "Os rios começam a dormir pela orla, vaga-lumes driblam a treva.  Meu olho ganhou dejetos, vou nascendo do meu vazio, só narro meus nascimentos."

O diretor Pedro Cezar filmou "Só dez por cento é mentira", um documentário sobre a vida do poeta que foi exibido pela primeira vem em 2007. O título do filme refere-se a uma frase de Manoel de Barros:

"Noventa por cento do que escrevo é invenção. Só dez por cento é mentira".

BIBLIOGRAFIA - BIBLIOGRAFIA - BIBLIOGRAFIA


Obras publicadas no Brasil:

1937 — Poemas concebidos sem pecado
1942 — Face imóvel
1956 — Poesias
1960 — Compêndio para uso dos pássaros
1966 — Gramática expositiva do chão
1974 — Matéria de poesia
1982 — Arranjos para assobio
1985 — Livro de pré-coisas (Ilustração da capa: Martha Barros)
1989 — O guardador  das águas
1990 — Poesia quase toda
1991 — Concerto a céu aberto para solos de aves
1993 — O livro das ignorãças
1996 — Livro sobre nada (Ilustrações de Wega Nery)
1998 — Retrato do artista quando coisa (Ilustrações de Millôr Fernandes)
1999 — Exercícios de ser criança
2000 — Ensaios fotográficos
2001 — O fazedor de amanhecer (infantil)
2001 — Poeminhas pescados numa fala de João
2001 — Tratado geral das grandezas do ínfimo (Ilustrações de Martha Barros)
2003 — Memórias inventadas  (A infância) (Ilustrações de Martha Barros)
2003 — Cantigas para um passarinho à toa
2004 — Poemas rupestres (Ilustrações de Martha Barros)
2005 — Memórias inventadas II (A segunda infância) (Ilustrações de Martha Barros)
2007 — Memórias inventadas III (A terceira infância) (Ilustrações de Martha Barros)


Prêmios recebidos:

1960 — Prêmio Orlando Dantas - Diário de Notícias, com o livro "Compêndio para uso dos pássaros"
1966 — Prêmio Nacional de poesias, com o livro "Gramática expositiva do chão"
1969 - Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal, com o livro "Gramática expositiva do chão"
1989 — Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria Poesia, como o livro "O guardador de águas"
1990 — Prêmio Jacaré de Prata da Secretaria de Cultura de Mato Grosso do Sul como melhor escritor do ano
1996 — Prêmio Alfonso Guimarães da Biblioteca Nacional, com o livro "Livro das ignorãças"
1997 — Prêmio Nestlé de Poesia, com o livro "Livro sobre nada"
1998 — Prêmio Nacional de Literatura do Ministério da Cultura, pelo conjunto da obra
2000 — Prêmio Odilo Costa Filho - Fundação do Livro Infanto Juvenil, com o livro "Exercício de ser criança"
2000 — Prêmio Academia Brasileira de Letras, com o livro "Exercício de ser criança"
2002 — Prêmio Jabuti de Literatura, na categoria livro de ficção, com "O fazedor de amanhecer"
2005 — Prêmio APCA 2004 de melhor poesia, com o livro "Poemas rupestres"
2006 — Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira, com o livro "Poemas rupestres"

Obras publicadas no exterior:

Portugal:


2000 — Encantador de Palavras. Organização e seleção Walter Hugo Mãe. Vila Nova de Famalicão, Quasi, 2000.

França:

2003 — La Parole sans Limites. Une Didactique de lInvention [O Livro das Ignorãças]. Édition Bilingue. Tradução e apresentação Celso Libânio. Ilustração Cicero Dias. Paris: Éditions Jangada.

Espanha:

2005 - Riba del dessemblat (Antologia Poética), Ed. Catalã, Lleonard Muntaner, Editor.
 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Evento: Uma Noite na Taverna com a poesia de Fernando Pessoa (Maldição Quebrada!)

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Reza a lenda que Taverna com poesia de Fernando Pessoa, inacreditavelmente, nunca deu um público muito grande. Não, realmente não é lenda. As duas Tavernas anteriores não deu mais de 80 pessoas - o que para um evento que costuma comportar uma média de 150 pessoas é pouco. Porém, dito e feito, a edição do Uma Noite na Taverna de novembro pôs esse tabu ralo abaixo. Mesmo com o trânsito ruim devido ao feriadão que iria ter na semana seguinte, o público compareceu em peso e fez valer a mística de casa cheia do evento.

O evento que teve a poesia de Fernando Pessoa e seus heterônimos recitada pelos poetas Rodrigo Santos, Romulo Narducci e Pakkatto, ainda teve a estréia da poeta Luana Vasconcellos, a música de Márcio de Castro & Banda, contação de história com Carolina Magalhães e o lançamento do livro "Angela e Antonio" de Maria Helena Lopes Latini.

O poeta Rodrigo Santos iniciou as homenagens ao bardo lusitano.




Romulo Narducci deu sequência à homenagem com as poesias ortônimas de Fernando Pessoa.



O poeta Pakkatto encerrou a homenagem com chave de ouro.




A poeta Luana Vasconcellos estreou no Uma Noite na Taverna com muita graça, demonstou carisma e talento com sua poesia autoral encantndo o público.




Carolina Magalhães apresentou uma contação de história de sua autoria.



 A escritora e poeta Maria Helena Lopes Latini foi ao público falar de sua obra recém-lançada "Angela e Antonio".




Rock and Roll de Márcio de Castro & Banda voltou à Taverna com toda a verocidade e punch que já é característica de seu trabalho. O músico e sua banda foram muito aplaudidos pelo público.





Encerrando mais Uma Noite na Taverna os poetas residentes apresentaram seus poemas autorais, a começar pelo poeta Romulo Narducci.


Em seguida foi a vez do tavernista Pakkatto mandar sua mensagem.




O bardo Rodrigo Santos encerrou proclamando a próxima edição do Uma Noite na Taverna, que será no dia 16 de dezembro, em homenagem ao poeta Manoel de Barros.




EVOÉ!
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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Uma Noite na Taverna com a poesia de Fernando Pessoa

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Fernando Pessoa foi um artista inquieto, um gênio incontestável da literatura, que influencia até hoje gerações e gerações de artistas em todo o mundo. Seu nome, que de tantos heterônimos, poderia se chamar Fernando "Pessoas", é sínônimo de uma variação e criatividade poética inigualável. A força dos seus versos, a diversificação da escrita em que o poeta cria e recria os universos de vários personagens marcou na história da literatura mundial.

O evento dessa sexta-feira 11/11/11 - data com um conjunto curioso de números -, está recheado de atrações belíssimas! Além dos poetas tavernistas Rodrigo Santos, Romulo Narducci e Pakkatto recitando a obra de Fernando Pessoa (que é homenageado na Taverna pela terceira vez), teremos a poeta Luana Vasconcellos que recitará pela primeira vez no Uma Noite na Taverna. E ainda, teremos a performance poética de Carolina Magalhães, que volta esteve recitando no evento em março desse ano, agradando bastante ao público.

Mais um livro lançado em São Gonçalo terá como ponto de partida o Uma Noite na Taverna. A escritora e poeta Maria Helena Lopes Latini, traz ao público da Taverna o seu livro "Angela e Antonio", recém-lançado em Niterói, no evento Um Brinde à Poesia. A escritora irá estar assinando sua obra durante o evento, após apresentar trechos ao público e falar um pouco de seu trabalho.

Como a música já não nos brinda há algum tempo, temos dose dupla: Márcio de Castro volta à Taverna com sua banda formada por músicos de muita qualidade, com o seu rock and roll básico, direto, sem frescura, com letras bem escritas e muito punch, e o lançamento oficial do clipe "Estrelas tão Modernas", da banda Expresso Lunar (música que estará no álbum Música de Calçada, da banda). De certo, vale dizer que essa Taverna está mais do que imperdível!

BIOGRAFIA DO POETA QUE FOI MUITOS


Fernando António Nogueira Pessoa, nasceu às três horas e vinte minutos da tarde de 13 de Junho de 1888 nasce em Lisboa. O parto ocorreu no quarto andar direito do n.º 4 do Largo de São Carlos, em frente à ópera de Lisboa (Teatro de São Carlos). De famílias da pequena aristocracia, pelos lados paterno e materno, o pai, Joaquim de Seabra Pessoa (38), natural de Lisboa, era funcionário público do Ministério da Justiça e crítico musical do «Diário de Notícias». A mãe, D. Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa (26), era natural dos Açores (mais propriamente, da Ilha Terceira). Viviam com eles a avó Dionísia, doente mental, e duas criadas velhas, Joana e Emília.


Mais conhecido como Fernando Pessoa, é considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e da Literatura Universal, muitas vezes comparado com Luís de Camões. O crítico literário Harold Bloom considerou a sua obra um "legado da língua portuguesa ao mundo".

Foi educado na África do Sul, para onde foi aos seis anos em virtude do casamento de sua mãe, lá Pessoa aprendeu perfeitamente o inglês, língua em que escreveu poesia e prosa desde a adolescência. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa traduziu várias obras inglesas para português e obras portuguesas (nomeadamente de António Botto e Almada Negreiros) para inglês.

Ao longo da vida trabalhou em várias firmas comerciais de Lisboa como correspondente de língua inglesa e francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, ao mesmo tempo que produzia a sua obra literária em verso e em prosa. Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades conhecidas como heterônimos, objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. Centro irradiador da heteronímia, auto-denominou-se um "drama em gente".

As suas infância e adolescência foram marcadas por factos que o influenciariam posteriormente. Às cinco horas da manhã de 24 de Julho de 1893, o pai morreu, com 43 anos, vítima de tuberculose. A morte foi anunciada no Diário de Notícias do dia. Fernando tinha apenas cinco anos. O irmão Jorge viria a falecer no ano seguinte, sem completar um ano. A mãe vê-se obrigada a leiloar parte da mobília e muda-se para uma casa mais modesta, o terceiro andar do n.º 104 da Rua de São Marçal. Foi também neste período que surgiu o primeiro heterónimo de Fernando Pessoa, Chevalier de Pas, facto relatado pelo próprio a Adolfo Casais Monteiro, numa carta de 1935, em que fala extensamente sobre a origem dos heterónimos. Ainda no mesmo ano, escreve o primeiro poema, um verso curto com a infantil epígrafe de À Minha Querida Mamã. A mãe casa-se pela segunda vez em 1895 por procuração, na Igreja de São Mamede, em Lisboa, com o comandante João Miguel Rosa, cônsul de Portugal em Durban (África do Sul), que havia conhecido um ano antes. Em África, onde passa a maior parte da juventude e recebe educação inglesa, que lhe proporcionou um profundo contacto com a literatura inglesa. Os seus primeiros textos e estudos foram em inglês. Mantém contacto com a literatura inglesa através de autores como Shakespeare, Edgar Allan Poe, John Milton, Lord Byron, John Keats, Percy Shelley, Alfred Tennyson, entre outros. O Inglês teve grande destaque na sua vida, trabalhando com o idioma quando, mais tarde, se torna correspondente comercial em Lisboa, além de o utilizar em alguns dos seus textos e traduzir trabalhos de poetas ingleses, como O Corvo e Annabel Lee de Edgar Allan Poe. Com excepção de Mensagem, os únicos livros publicados em vida são os das coletâneas dos seus poemas ingleses: Antinous e 35 Sonnets e English Poems I - II e III, editados em Lisboa, em 1918 e 1921.


Fernando Pessoa permanece em Lisboa, enquanto todos — mãe, padrasto, irmãos e criada Paciência, que viera com ele — regressam a Durban. Volta sozinho para a África no vapor Herzog. Matricula-se na Durban Commercial School, escola comercial de ensino noturno, enquanto de dia estuda as disciplinas humanísticas para entrar na universidade. Nesse período, tenta escrever contos em inglês, alguns dos quais com o pseudónimo de David Merrick, que deixa inacabados. Em 1903, candidata-se à Universidade do Cabo da Boa Esperança. Na prova de exame de admissão, não obtém boa classificação, mas tira a melhor nota entre os 899 candidatos no ensaio de estilo inglês. Recebe por isso o Queen Victoria Memorial PrizePrémio Rainha Vitória»). Um ano depois, ingressa novamente na Durban High School, onde frequenta o equivalente a um primeiro ano universitário. Aprofunda a sua cultura, lendo clássicos ingleses e latinos. Escreve poesia e prosa em inglês, surgindo os heterónimos Charles Robert Anon e H. M. F. Lecher. Nasce a sua irmã Maria Clara. Publica no jornal do liceu um ensaio crítico intitulado Macaulay. Por fim, encerra os seus bem sucedidos estudos na África do Sul com o «Intermediate Examination in Arts», na Universidade, obtendo uma boa classificação.

Deixando a família em Durban, regressa definitivamente à capital portuguesa, sozinho, em 1905. Passa a viver com a avó Dionísia e as duas tias na Rua da Bela Vista, n.º 17. A mãe e o padrasto regressam também a Lisboa, durante um período de férias de um ano em que Pessoa volta a morar com eles. Continua a produção de poemas em inglês e, em 1906, matricula-se no Curso Superior de Letras (actual Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), que abandona sem sequer completar o primeiro ano. É nesta época que entra em contato com importantes escritores portugueses. Interessa-se pela obra de Cesário Verde e pelos sermões do Padre António Vieira.


Em Agosto de 1907, morre a sua avó Dionísia, deixando-lhe uma pequena herança, com a qual monta uma pequena tipografia, na Rua da Conceição da Glória, 38-4.º, sob o nome de «Empreza Ibis — Typographica e Editora — Officinas a Vapor», que rapidamente faliu. A partir de 1908, dedica-se à tradução de correspondência comercial, uma actividade a que poderíamos dar o nome de "correspondente estrangeiro". Nessa profissão trabalha a vida toda, tendo uma modesta vida pública.

Inicia a sua atividade de ensaísta e crítico literário com o artigo «A Nova Poesia Portuguesa Sociologicamente Considerada», a que se seguiriam «Reincidindo…» e «A Nova Poesia Portuguesa no Seu Aspecto Psicológico» publicados em 1912 pela revista A Águia, órgão da Renascença Portuguesa. Frequenta a tertúlia literária que se formou em torno do seu tio adoptivo, o poeta, general aposentado Henrique Rosa, no Café A Brasileira, no Largo do Chiado em Lisboa. Mais tarde, já nos anos vinte, o seu café preferido seria o Martinho da Arcada, na Praça do Comércio, onde escrevia e se encontrava com amigos e escritores.

Em 1915 participou na revista literária Orpheu, a qual lançou o movimento modernista em Portugal, causando algum escândalo e muita controvérsia. Esta revista publicou apenas dois números, nos quais Pessoa publicou em seu nome, bem como com o heterónimo Álvaro de Campos. No segundo número da Orpheu, Pessoa assume a direcção da revista, juntamente com Mário de Sá-Carneiro.
Em Outubro de 1924, juntamente com o artista plástico Ruy Vaz, Fernando Pessoa lançou a revista Athena, na qual fixou o «drama em gente» dos seus heterônimos, publicando poesias de Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro, bem como do ortônimo Fernando Pessoa.

ÁLVARO DE CAMPOS - Entre todos os heterônimos, Campos foi o único a manifestar fases poéticas diferentes ao longo da sua obra. Era um engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa, mas sempre com a sensação de ser um estrangeiro em qualquer parte do mundo. Começa a sua trajetória como um decadentista (influenciado pelo simbolismo), mas logo adere ao futurismo. Após uma série de desilusões com a existência, assume uma veia niilista, expressa naquele que é considerado um dos poemas mais conhecidos e influentes da língua portuguesa, Tabacaria. É revoltado e crítico e faz a apologia da velocidade e da vida moderna, com uma linguagem livre, radical.

RICARDO REIS - O heterônimo Ricardo Reis é descrito como um médico que se definia como latinista e monárquico. De certa maneira, simboliza a herança clássica na literatura ocidental, expressa na simetria, na harmonia e num certo bucolismo, com elementos epicuristas e estóicos. O fim inexorável de todos os seres vivos é uma constante na sua obra, clássica, depurada e disciplinada. Faz uso da mitologia não-cristã.
Segundo Pessoa, Reis mudou-se para o Brasil em protesto à proclamação da República em Portugal e não se sabe o ano da sua morte. Em O ano da morte de Ricardo Reis, José Saramago continua, numa perspectiva pessoal, o universo deste heterônimo após a morte de Fernando Pessoa, cujo fantasma estabelece um diálogo com o seu heterônimo, sobrevivente ao criador.

ALBERTO CAEIRO - Por sua vez, Caeiro, nascido em Lisboa, teria vivido quase toda a vida como camponês, quase sem estudos formais. Teve apenas a instrução primária, mas é considerado o mestre entre os heterônimos (pelo ortônimo). Após a morte do pai e da mãe, permaneceu em casa com uma tia-avó, vivendo de modestos rendimentos. Morreu de tuberculose. Também é conhecido como o poeta-filósofo, mas rejeitava este título e pregava uma "não-filosofia". Acreditava que os seres simplesmente são, e nada mais: irritava-se com a metafísica e qualquer tipo de simbologia para a vida.
Nos escritos pessoanos que versam sobre a caracterização dos heterônimos, Pessoa, dito "ele mesmo", assim como a Álvaro de Campos, Ricardo Reis e o meio-heterônimo Bernardo Soares, conferem a Alberto Caeiro um papel quase místico enquanto poeta e pensador. Reis e Soares chegam a compará-lo ao deus , e Pessoa esboça-lhe um horóscopo no qual lhe atribui o signo de leão, associado ao elemento fogo. A relevância destas alusões se esclarece na explicação de Fernando Pessoa sobre o papel de Caeiro no escopo da heteronímia. Dos principais heterônimos de Fernando Pessoa, Caeiro foi o único a não escrever em prosa. Alegava que somente a poesia seria capaz de dar conta da realidade. Possuía uma linguagem estética direta, concreta e simples mas, ainda assim, bastante complexa do ponto de vista reflexivo. O seu ideário resume-se no verso "Há metafísica bastante em não pensar em nada". A sua obra está agrupada na coletânea Poemas Completos de Alberto Caeiro.

OBRA ORTÔNIMA - A obra ortônima de Pessoa passou por diferentes fases, mas envolve basicamente a procura de um certo patriotismo perdido, através de uma atitude sebastianista reinventada. O ortônimo foi profundamente influenciado, em vários momentos, por doutrinas religiosas (como a teosofia) e sociedades secretas (como a Maçonaria). A poesia resultante tem um certo ar mítico, heróico (quase épico, mas não na acepção original do termo) e por vezes trágico. Pessoa é um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da vida. Uma explicação para a criação dos três principais heterônimos e o semi-heterônimo Bernardo Soares, reside nas várias formas que tinha de olhar o mundo, apoiando-se no racionalismo e pensamento oriental.
Fernando Pessoa foi marcado também pela poesia musical e subjectiva, voltada essencialmente para a metalinguagem e os temas relativos a Portugal, como o sebastianismo presente na principal obra de "Pessoa ele-mesmo", Mensagem, uma coletânea de poemas sobre as grandes personagens históricos portugueses. Publicado em 1934, apenas um ano antes da morte do autor, este foi o único livro de Fernando Pessoa em Língua Portuguesa editado em vida.

FERNANDO PESSOA E O OCULTISMO
Aleister Crowley e Fernando Pessoa jogando Xadrez

Fernando Pessoa interessava-se pelo ocultismo e pelo misticismo, com destaque para a Maçonaria e a Rosa-Cruz (embora não se lhe conheça qualquer filiação concreta em Loja ou Fraternidade dessas escolas de pensamento), havendo inclusive defendido publicamente as organizações iniciáticas no Diário de Lisboa (4 de Fevereiro de 1935), contra ataques por parte da ditadura do Estado Novo. O seu poema hermético mais conhecido e apreciado entre os estudantes de esoterismo intitula-se "No Túmulo de Christian Rosenkreutz". Tinha o hábito de fazer consultas astrológicas para si mesmo (de acordo com a sua certidão de nascimento, nasceu às 15h20, tinha ascendente Escorpião e o Sol em Gémeos).[6] Realizou mais de mil horóscopos.
Apreciava também o trabalho do famoso ocultista Aleister Crowley, tendo inclusive traduzido o poema Hino a Pã. Certa vez, lendo uma publicação inglesa de Crowley, encontrou erros no horóscopo e escreveu-lhe para o corrigir. Os seus conhecimentos de astrologia impressionaram Crowley e, como este gostava de viagens, foi a Portugal conhecer o poeta. Acompanhou-o a maga alemã Miss Hanni Larissa Jaeger. O encontro entre Pessoa e Crowley ocorreu com algum sensacionalismo, dado o Poeta Inglês ter simulado o seu suicídio na Boca do Inferno, o que atraiu a polícia e a atenção dos imprensa da época. Pessoa estaria dentro da encenação, tendo combinado com Crowley a notificação dos jornais e a redação de um "romance policial" cujos direitos reverteriam a favor dos dois poetas. Apesar de ter escrito várias dezenas de páginas, essa obra de ficção nunca foi concretizada.

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Pessoa foi internado no dia 29 de Novembro de 1935, no Hospital de São Luís dos Franceses, em Lisboa, com diagnóstico de "cólica hepática" causada por cálculo biliar associado a cirrose hepática, diagnóstico que é hoje contestado por estudos médicos, embora o excessivo consumo de álcool ao longo da sua vida seja consensualmente considerado como um importante factor causal. Segundo um desses estudos, Pessoa não revelava alguns dos sintomas mais típicos de cirrose hepática, tendo provavelmente sido vítima de uma pancreatite aguda. Morreu no dia 30 de Novembro, com 47 anos de idade. Sua última frase foi escrita na cama do hospital, em inglês, com a data de 29 de Novembro de 1935: "I know not what tomorrow will bring" ("Não sei o que o amanhã trará").
Fernando Pessoa em flagrante delitro: dedicatória na fotografia que ofereceu à namorada Ophélia Queiroz em 1929.
Matéria colhida do Wikipédia. Organização e pesquisa: Romulo Narducci.