segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Evento Especial de 8 anos de Uma Noite na Taverna

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Rodrigo Santos e Romulo Narducci, brindando à 4ª edição (abril de 2004)
E já se passaram oito anos! E não foi fácil chegar até aqui. A primeira edição do Uma Noite na Taverna aconteceu no restaurante do SESC São Gonçalo no dia 16 de janeiro de 2004 reunindo uma média de 80 pessoas. Imagina: um evento de artes que tem a poesia como sua vertente principal e ainda de caráter mensal... em São Gonçalo?! Há oito anos atrás, quando Rodrigo Santos e Romulo Narducci preparavam a primeira edição do Uma Noite na Taverna tiveram que ouvir: “Vocês são malucos! Poesia em São Gonçalo? Não vai dar ninguém!” Sim, loucura, sonho, delírio, seja lá o que fosse, os poetas encararam o desafio. Hoje o Uma Noite na Taverna é referência de evento de artes na cidade de São Gonçalo.

É certo que foram muitas atribulações. Os poetas sempre tiveram dificuldades em conseguir apoio de empresários e até dos artistas mais antigos da cidade, que criaram uma certa distância dos tavernistas. Mas o fator fundamental que sempre deu forças para a perseverança e a continuidade da Taverna foi sem dúvidas o público. O que os poetas ouviram antes da primeira edição da Taverna "de que não iria dar ninguém", virou um bordão, uma piada interior que até hoje os poetas brincam usando essa frase antes de cada edição, pois o que aconteceu e sempre acontece é o contrário: o público sempre comparece! O evento costuma reunir desde sua estréia uma média de público que oscila entre 80 a 250 pessoas. E isso em São Gonçalo! Quanta loucura, não?


200 pessoas se espremem no restaurante do SESC para ouvir poesia (agosto/2004).
A imprensa local já nas primeiras edições do evento começou a se referir aos poetas do Uma Noite na Taverna com a alcunha de "poetas tavernistas", apelido que foi carinhosamente adotado pelos poetas. O termo em si já suscitava que algo maior do que um simples evento já estava para despontar. Poetas, músicos, artistas plásticos, atores e performers começaram a se agregar e o Uma Noite na Taverna começou a ganhar a vertente de "Movimento Tavernista",  um movimento artístico com estética e características de criação e concepção próprias.

O prenúncio já viria numa edição do extinto tablóide Nosso Jornal que havia publicado uma matéria um dia antes da estréia do evento elevando a Taverna como a promessa de um novo movimento artístico.

Primeira matéria publicada sobre o evento Uma Noite na Taverna.
A partir da segunda edição, sempre um poeta consagrado homenageado.
No evento, durante todos esses anos uma gama de artistas consagrados foram homenageados, entre eles Vinícius de Moraes, Álvares de Azevedo, Florbela Espanca, Charles Baudelaire, Chico Buarque, Fernando Pessoa, Gregório de Matos, Hilda Hilst, Manoel de Barros, Allen GinsbergAugusto dos Anjos, Charles Bukowisk,  foram alguns dos muitos poetas que tiveram seus versos recitados pelos tavernistas.

Um dos momentos mais célebres da história do evento foi quando o Uma Noite na Taverna homenageou o saudoso Imortal da ABL Antonio Olinto em julho de 2006, na edição que aconteceu nos Jardins da FASG (Fundação de Artes de São Gonçalo). O poeta e escritor, membro da Academia Brasileira de Letras, veio a São Gonçalo receber as homenagens e falar ao público da Taverna. Muito emocionado Antonio Olinto disse: ´"Eu fico feliz ao ver que existem artistas fazendo um evento como esse, assim eu vejo que não estou sozinho."


Antonio Olinto fala ao público da Taverna (julho/2006 - Jardins da FASG)

Encontro de gerações: os poetas Romulo Narducci, Antonio Olinto e Rodrigo Santos
Mas não é somente de homenagens que o Uma Noite na Taverna se faz. Dezenas de artistas autorais já passaram pela Taverna. Muitos, inclusive, se apresentaram publicamente pela primeira vez no evento. Entre poetas e músicos que estrearam na Taverna, muitos ainda encontram-se em atividade em vários eventos e shows por todo o estado do Rio de Janeiro e pelo país.  


Pakkatto, de trovador solitário e poeta convidado a hoje poeta residente da Taverna

Henrique Santos, ou melhor, Pakkatto, estava lá desde o início. Na verdade, desde antes do início. Foi ele que na reunião de pré-produção, uma semana antes da primeira edição, apareceu no apartamento onde morava Rodrigo Santos, onde também se encontrava o poeta Romulo Narducci, com um violão embaixo do braço e na outra mão uma garrafa de Ballantines. Foi o primeiro músico a tocar na Taverna. Sendo sempre um dos tavernistas mais frequentes, em 2010, com o crescimento da Taverna, Pakkatto passou a fazer parte do plantel dos poetas residentes.

Pakkatto, Romulo Narducci e Rodrigo Santos (Taverna de abril de 2011, varandão do SESC)

O poeta Eduardo Henrique Martins é um outro tavernista dos primórdios do evento que se agregou ao núcleo, realizando trabalhos de fotografia e criação de designer para a Taverna.


Eduardo H. Martins recitando nos 6 anos do Uma Noite na Taverna

Na música, dentre as bandas que mais se apresentaram no Uma Noite na Taverna, destaca-se a Expresso Lunar, foi a banda que mais abraçou o sentimento do movimento tavernista. Hoje a Expresso Lunar realiza intervenções poéticas em seus shows sempre com a participação de alguns poetas tavernistas. A Expresso Lunar também escolheu o Uma Noite na Taverna para lançar dois de seus videoclipes (Música de calçada e Estrelas tão modernas). O vocalista da banda, Leandro Ribeiro homenageou o Uma Noite na Taverna estampando em uma das paredes de sua petiscaria Stoner Pub, o símbolo do evento.

Expresso Lunar no aniversário de 6 anos do Uma Noite na Taverna

Leandro Ribeiro homenageia a Taverna em seu Pub, que fica no centro de São Gonçalo.

O evento, durante esses oito anos, aconteceu mensalmente em diversos lugares dentro de apenas duas instituições. O Uma Noite na Taverna começou em 2004 no SESC São Gonçalo (no restaurante) e em 2006, terminado o contrato com o SESC, passou a ter o apoio da Fundação de Artes de São Gonçalo (FASG) e passou a acontecer  nos Jardins da FASG e, após, no Centro Cultural Joaquim Lavoura (no gramado e na loninha).  De volta ao SESC, a Taverna recomeçou no Espaço Alternativo do SESC e somente após, passou para o varandão do SESC, onde é realizado até hoje.

Muitos foram os projetos paralelos que surgiram a partir do Uma Noite na Taverna. No ano passado, por exemplo, os poetas tavernistas realizaram uma verdadeira maratona participando de diversos eventos em escolas e também a ir para outros municípios participar de eventos como a FLUP (em Casimiro de Abreu) no qual uma trupe de poetas tavernistas (dentre eles Rodrigo Santos, Romulo Narducci, Pakkatto, Wenceslau Teodoro, Hannar Lorien, Janaína da Cunha e Rodrigo Vieira, se apresentaram junto dos artistas do Corujão da Poesia e do Um Brinde à Poesia), a reinauguração da Biblioteca Municipal de Niterói (no qual fizeram uma performance poética em homenagem ao Paris Café, sob a direção de Gutti Fraga com a participação do editor Erthal da Nitpress e da poeta Janaína da Cunha), da semana de Letras da FFP/UERJ São Gonçalo, fora o projeto Pátio Poesia, no qual os poetas Rodrigo Santos e Romulo Narducci levaram a poesia para uma escola do EJA. Em setembro, o Uma Noite na Taverna teve uma belíssima matéria de destaque no RJTV, da Rede Globo, através de entrevistas com os poetas e uma prévia do que acontece no evento. 

Tavernistas erguem a flâmula do Uma Noite na Taverna na FLUP (Casimiro de Abreu)

Reinauguração da Biblioteca Municipal de Niterói (os Tavernistas encenam o Paris Café)
 Tantas são as histórias, curiosidades, tristezas, alegrias, decepções, vitórias, realizações que poderíamos citar sobre esses 8 anos de Uma Noite na Taverna, que não haveria blog que coubesse. Mas uma coisa é certa, essa história não pára por aqui.

Romulo Narducci, Eduardo H. Martins, Rodrigo Santos e Pakkatto
Esperamos por todos vocês nesse sábado, no dia 14/01, às 17 horas em ponto, no SESC São gonçalo, para comemorarem conosco os 8 anos do Uma Noite na Taverna!

Poesia com Rodrigo Santos, Romulo Narducci, Pakkatto mais 20 poetas convidados. Música com Márcio de Castro e Banda; Tuca Marques e Xande McLeite. Contação teatral "Amarantes Os Mistérios nas Terras de Além Mar", com o grupo Quarto de Artes.

Evoé!

* Taverna Ominia Vincit *  

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Evento: Uma Noite na Taverna de dezembro, foi para fechar o ano com chave de ouro!

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Fotos: Eduardo H. Martins

Em dezembro de 2011, o Uma Noite na Taverna homenageou o poeta Manoel de Barros, com um vídeo reportagem da Globo News - que contava a trajetória do artista e sobre seu processo de criação contado pelo próprio - e com o recital poético interpretado pelos tavernistas PakkattoRomulo Narducci e Rodrigo Santos (foto acima da direita para esquerda). Muitas pessoas apaixonadas pela obra de Manoel de Barros compareceram ao SESC São Gonçalo para celebrarem a sua belíssima poesia. A poesia das coisas simples cantadas com a beleza transcedental de um poeta magnífico que é.

O evento ainda contou com os poetas convidados Tiago de Barros, Luizinho Lima e Rinaldo Raposo Ribeiro (lançando seu livro de poesia Luz das Trevas). A música ficou por conta de Magno da Gaita atacando de trovador solitário empunhando sua gaita e seu violão e que contou com a participação do irreverente ator Reinaldo Baso.  

Os tavernistas iniciam o recital com os poemas de Manoel de Barros.

Rodrigo Santos

Pakkatto

Romulo Narducci
O poeta Rinaldo Raposo Ribeiro lançou o seu livro Luz das Trevas no evento.


O poeta falou um pouco de sua obra e ainda recitou os seus versos agradando ao público.



Em seguida, foi a vez do poeta Tiago de Barros (que se autodenomina ironicamente de "O Poeta Analfabeto") recitar pela primeira vez no evento os seus textos.





Era noite de estréia, Luizinho Lima, também recitou pela primeira vez no Uma Noite na Taverna. Sua carisma e seus versos simples o aproximaram do público e nos fez lembrar do grande poeta João Brunhosa.




Finalizando com a poesia, os tavernistas - como já é tradição - recitam seus poemas autorais. Romulo Narducci foi o primeiro e na sequência, Pakkatto e Rodrigo Santos.





Com alguns problemas técnicos Magno da Gaita foi ao palco e enquanto as coisas se ajeitavam aproveitou e recitou uma de suas poesias. Com tudo resolvido, não demorou para ganhar o público que o acompanhava repetindo os refrões de suas músicas e aplaudindo bastante.





E o que era bom só poderia melhorar! Magno convidou ao palco o ator e intérprete Reinaldo Baso para cantar com ele uma de suas músicas, que estará em seu CD que será lançado esse ano.





E assim, com o som do violão e da gaita de nosso amigo trovador, encerrou-se a última Taverna do ano de 2011... com chave de ouro!


Evoé!
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