segunda-feira, 29 de março de 2010

Uma Noite na Taverna com a poesia de Emiliano Perneta.

David Emiliano Perneta, poeta pouco conhecido pela grande maioria, foi o artista de nossa literatura escolhido pelos poetas do evento Uma Noite na Taverna para receber as mais célebres homenagens no dia 09 de abril, a partir das 19 horas, no SESC São Gonçalo, com ENTRADA FRANCA, sendo autor de belíssimos poemas e considerado como o maior poeta paranaense.
O evento terá poesia com os poetas Rodrigo Santos, Romulo Narducci, Anderson Lacerda, Kel Lestat e Jhenifer Ramos; a esquete teatral "Radamés", com Édipo Ferreira, dança do ventre com Gisele Lins e a exposição das obras do artista plástico Wellington de Sousa.

Emiliano Perneta nasceu em um sítio de Pinhais, zona rural de Curitiba, no dia 03 de janeiro de 1866.

Começou a escrever influenciado pelo Parnasianismo, foi militante do abolicionismo, tendo feito inúmeras palestras em defesa do ideal libertário. Publicou artigos políticos e litarários e foi o maior incentivador da leitura das obras de Charles Baudelaire no Brasil, o que marcou fortemente para o início do surgimento do Simbolismo em nosso país.

Em 1883, publicou os seus primeiros poemas em Curitiba, chamados de O Dilúculo. Em 1885, mudou-se para São Paulo, onde mais tarde juntamente com Afonso de Carvalho, Carvalhão Mourão e Edmundo Lins, fundou a Folha Literária, no ano de 1888.


Banquete no Passeio Público, em março de 1915, em homenagem a Bueno Monteiro (da esquerda para a direita: Francisco Leite, Heitor França, Rodrigo Junior, Generoso Borges, Clemente Ritz, Emiliano Perneta, Celestino Junior, Bueno Monteiro e Santa Rita).

No mesmo ano de 1888, publicou as obras poéticas Músicas, de versos Parnasianos, a Carta à Condessa d'Eu, foi também diretor da Vida Semanária, com Olavo Bilac e colaborador dos jornais Diário Popular e Gazeta de São Paulo.
Em 15 de novembro de 1889, formou-se em Direito pela Faculdade do Largo do São Francisco, sendo escolhido o orador de sua turma, fez um discurso inflamado em defesa da República, sem saber que horas antes a mesma havia sido proclamada no Rio de Janeiro.

Chegada de Emiliano Perneta ao Passeio Público, em 20 de agosto de 1911, data de sua coroação como Príncipe dos Poetas Paranaenses.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1890, onde também colaborou com vários periódicos, sendo convidado a ser secretário da Folha Popular, em 1891, onde foram publicadas as suas primeiras manifestações sobre o movmento Simbolista, assinados pelos poetas B. Lopes, Cruz e Sousa e Oscar Rosas.

Em 1902, retornou ao Paraná e criou a revista Vitrix. Em 1913, publicou o poema livreto Papilio Innocentia para a ópera do compositor suíço Leo Kessler, que tinha a temática inspirada no romance Inocência de Visconde de Taunay.


Multidão no Passeio Público, por ocasião das homenagens ao poeta.

Em 19 de dezembro de 1912, participou do Centro de Letras do Paraná, o qual foi presidente de 1913 a 1918. Emiliano Perneta foi homenageado por diversos contemporâneos, entre eles: Nestor Victor, Lima Barreto e Andrade Muricy.

O poeta faleceu no dia 21 de janeiro de 1921, na pensão de Oto Kröhne, na Rua XV de Novembro.

Residência do poeta em Curitiba, na antiga Rua Aquidaban, 413, atual Rua Emiliano Perneta.

BIBLIOGRAFIA:

- Ilusão (1911);

- Pena de Talião (1914);

- Setembro (póstumo, 1934) e

- Poesias Completas (póstumo, 1945).

Fonte: Wikipédia.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Exposição: CIRCO

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A partir do dia 31 de março até o dia 31 de maio, com entrada franca, quatro artistas plásticos de nossa cidade estarão expondo suas obras com temática sobre o circo.

Dentre eles estará o tavernista Wellington de Sousa, que também estará expondo no próximo Uma Noite na Taverna. A exposição CIRCO acontecerá na Galeria Central de São Gonçalo, que fica à Rua Feliciano Sodré, n° 100, Centro de São Gonçalo (no rol da Prefeitura).

terça-feira, 23 de março de 2010

Evento: Uma Noite na Taverna e o clima denso da poética de Sylvia Plath.

Pode-se dizer que o público foi um pouco mais modesto do que o do evento anterior. Porém, muitos compareceram para prestigiar a Taverna e a poesia da americana Sylvia Plath, num evento em que foi celebrado o mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. O público aparentou uma certa tensão, a poesia da escritora americana pouco foi apaludida ao ser recitada pelos poetas Rodrigo Santos e Romulo Narducci, porém, no entendimento dos poetas e apresentadores, uma reação como esta já era de se esperar devido ao peso das palavras e dos versos de Sylvia, que atraiu a atenção dos que se fizeram presentes de uma forma diferente: num silêncio lúgubre quase ritualístico.
Sim, foi uma Taverna diferente das últimas, ouvimos muitos falavando de um clima denso que havia se instalado logo no início do evento, graças a obra de Sylvia Plath!
A escritora e poeta Nana B. veio do Rio para lançar o seu primeiro livro de poesias, Fragmentos - Poética Fantática, em São Gonçalo, no Uma Noite na Taverna.
Antes do recital e durante todo o evento o público pôde apreciar a exposição da artista plástica Beatriz Peixoto, que expôs pela primeira vez no evento a sua obra singular, com seu estilo próprio de criação.




O recital teve início com o poeta Romulo Narducci, que leu em bom tom a obra da poeta homenageada.

Em seguida Rodrigo Santos, o Bardo tavernista, deu prosseguimento às homenagens. O evento só estava começando!

Logo após o Bardo, a poeta tavernista Hannar Lorien, deu um depoimento emocionado sobre os seus anos de participação na Taverna e recitou sua belíssima poesia.


Hannar apresentou seus textos inéditos, que melhoram a cada dia. Aguardamos ansiosamente um livro.

A cantora Larissa Kill retornou ao evento com uma roupagem diferente, apresentando as suas canções autorais somente na voz e violão, o que de forma alguma tirou o brilho de sua apresentação, agradando muito ao público com sua MPB mimetizada ao Pop Rock.



Após o número musical, a poeta Nana B. falou ao público sobre sua primeira obra poética lançada e recitou sua poesia abrindo um portal poético ao mundo da Mitologia.


Os poetas Romulo Narducci e Rodrigo Santos retornaram ao púlpito para recitarem os seus poemas autorais e findarem com a parte dos recitais no evento.



O Uma Noite na Taverna encerrou com a apresentação da esquete teatral Feliz Aniversário, uma adaptação de um conto do livro Laços de Família da escritora Clarice Lispector.


A esquete faz parte do espetáculo O Pior de Mim Mesma, onde a Cia Quarto de Teatro, com os alunos da Oficina Corpo Expressivo, apresentam várias histórias adaptadas dos contos de Clarice Lispector, dessa obra, que irá estreiar no dia 25 de março, no SESC São Gonçalo, com duas sessões.


A esquete ironiza a relação e a hipocrisia de uma família que se reúne uma vez por ano para comemorar o aniversário da mãe, uma anciã de 89 anos. No elenco dirigido pelo ator, diretor teatral e professor Reynaldo Dutra: Carol Paes, Fernando Porto, Louise de Lemos, Nicolle Longobardi, Raquel Martins, Romulo Narducci, Suzanne Morais, Taíza Gama e Vani de Souza.


E assim foi mais uma Taverna! E assim vamos resistindo contra a cultura de massa e celebrando a arte, mês após mês! Evoé!

Fotos: Beatriz Peixoto, Rodrigo Santos e Romulo Narducci.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Entrevista: Nana B. e sua poética fantástica!

Conhecemos Nana por acaso, quando saíamos, já de noite, exaustos da última Bienal do Livro no Riocentro. Nós (eu, Romulo Narducci, Rodrigo Santos, Pakkatto e Lisa Stér Cöy) havíamos feito uma apresentação tavernista no stand das editoras niteroienses, para apresentar ao público carioca o livro do poeta Rodrigo Santos, Máscaras Sobre Rostos Descarnados, da Editora Muiraquitã.
No ponto de ônibus, antes do embraque, na espera da fila, ela surgiu simpática e começou a puxar assunto. Vimos que o mundo é pequeno realmente, quando o bardo Rodrigo Santos e ela começaram a trocar informações sobre literatura gótica e descobriram amigos em comum, como a escritora Martha Argel, por exemplo.
Mundo pequeno, conscidência ou não, destino, seja o que for, o universo conspirou e agora receberemos no Uma Noite na Taverna dessa sexta-feira uma das mais fascinantes escritoras de literatura fantástica do Rio de Janeiro. Nana B. é ativista nata do tema, participa de blogs, encontros com outros escritores sobre o estilo, e agora está lançando a sua primiera obra solo, que é um livro de poesia. "Fragmentos, Poética Fantástica" nos descortina um mundo fascinante, com temáticas inspiradas em mitologias grega e nórdica, vampirismo, com muita sensualidade.
Entevistei Nana B. ontem à noite, na correiria do dia-a-dia aproveitando-me dos subterfúgios imediatistas da vida moderna, leia-se "MSN". Sempre muito bem humorada Nana nos fala um pouco sobre o seu livro, suas influências e o que pretende levar para a Taverna.

Olá, Nana, antes de tudo é um prazer em recebê-la pela primeira vez no evento, e ainda, já com o lançamento do seu primeiro livro de poesia. Eu sei que você, além de tudo escreve contos fantásticos, sua poesia envereda por esse caminho também? Fale um pouco sobre o seu estilo poético.

Olá, Romulo. É um prazer estar aqui. Bem, posso dizer a você que meu Universo é basicamente fantástico. Mas, minha poesia é bem eclética. Viajo da mitologia, aos poemas de amor, flertando por muitas vezes com poesias mais sofridas, com a mesma força. Depende muito do meu momento. "Fragmentos" foi escrito ao longo de 6 meses do ano de 1999. E no período que escrevi o livro, acho que a fonte da minha inpiração foram os livros que sempre li, desde menina. Livros sobre os mitos gregos, nórdicos. Muitas vezes, alguns dos poemas deste livro nasceram de momentos de profunda tristeza. Uma coisa que nunca soube explicar, é como funciona minha inspiração, ou definir minha poesia dentro de algum estilo. Simplesmente recebo o texto limpo, geralmente pronto. Raramente altero algum poema, pois eles basicamente nascem prontos!

Esse seu livro é o seu primeiro dentre poesia e contos? Você já publicou alguma outra obra?

De autoria minha apenas, sim. "Fragmentos" foi o primeiro. Meu amigo Gustavo Drago, publicou em Dezembro último o romance do qual sou co-autora. "Relíquia - Caminhos de um Tempo Egípcio - Vol.I".

Eu percebo que vem surgindo uma nova geração que está resgatando a volta de estilos como o Romantismo e o Simbolismo, nadando contra a corrente do Pós-Modernismo que já não muda a página há um bom tempo. É interessante ver como a Internet ressuscita velhos estilos, você acha isso bom para a literatura, essa coisa retrô, ou você acha que nós aos poucos estamos perdendo a identidade de nossa época?

Desde que comecei a escrever, sempre procurei imprimir meu próprio estilo, aos meus trabalhos. Procuro não me deixar influenciar. Acho que cada autor, deve desenvolver um estilo só dele, sem se preocupar com estilos pré-determinados. Acho que a diversidade que a Internet tem proporcionado, tem sido muito positiva, pois tem revelado ao longo da última década, autores criativos e inspirados.

OK. Quais os autores que você costuma mais ler?

Bem, quando criança minhas influências foram: Agatha Christie, Umberto Eco e Marion Zimmer Bradley. Atualmente, desde 2007, pra ser mais específica, tenho lido basicamente livros de literatura fantástica de autores nacionais. Alguns dos autores que tenho lido mais: Giulia Moon, James Andrade, J. Modesto, Martha Argel, Nelson Magrini, Jocir Prandi. "Kaori - Perfume de Vampira", "Anjo - A face do Mal", "Amor Vampiro", "A Seita do Caos", "O vale dos Elfos", "Trevas, Getsemani", "Hemisfério Dorso", "Draculea", "Lendas e Mistérios", "O Diário da Sibila Rubra", "Os Guardiões do Tempo", esses são alguns dos exemplares que li nos últimos meses.

Quando você descobriu a sua verve literária? Quando foi que você começou a ver que o seu negócio não era apenas ser leitorta e sim escrever?

Do nada, assim de repente, não sei explicar. Parei um dia e comecei a rabiscar uns textos. Guardava eles, mas eu não podia sequer imaginar que me tornaria escritora um dia. Isso foi a exatos dez anos. Depois, fui tomando impulso, criando outros textos guiada por uma inspiração que eu não imaginava que tivesse. Sempre tive coisa demais na cabeça de tanto ler, acho que meu cérebro precisava colocar pra fora.

Você participa de algum movimento ou algum grupo de escritores? Bem eu sei que você escreve para alguns blogs...

Tenho um site criado por mim em fins de 2008, exclusivamente para autores da Literatura Fantástica. "Clã dos Imortais", que conta hoje com quase 80 autores. Tenho textos meus publicados em alguns blogs e sites de autores amigos. E apoio junto com o autor Nelson Magrini, a "Campanha Literatura Fantástica Nacional", para estimular os leitores do Brasil a descobrir e ler nossos autores fantásticos.

Voltando ao seu livro, como vai a tour dos lançamentos? Você tem feito bastante divulgação, certo? Onde você já se apresentou durante essa temporada de lançamentos?

Super bem. Há 2 semanas atrás, estive em São Paulo fazendo o lançamento no berço da Literatura Fantástica. Foi demais! No último domingo estive no "11º encontro dos Skoobers", em Botafogo. Esses encontros são promovidos pelo site de leitura do qual faço parte, "Skoob" - (Books - "livros em Inglês", ao contrário). Sim, tenho trabalhado bastante na divulgação do livro.
Muitos amigos têm me ajudado, postando matérias sobre minha carreira e sobre o livro, em seus sites, blogs e páginas de literatura do gênero fantástico. Desde o lançamento oficial em Janeiro já dei pelo menos umas 3, 4 entrevistas, falando do trabalho.

Que bacana! Muito bom, mesmo! E agora vai atravesar a Baía de Guanabara para nos deleitar com sua poesia na Taverna. Um lançamento exclusivo em São Gonçalo! O que você pretende apresentar nesse dia?

Nossa, estou muito empolgada com o evento de vocês, esse convite para mim, foi uma grata surpresa e uma honra! Bem, Romulo, separei 3 poemas dos quais gosto muito e acho que o público vai ficar bem animado com eles: "Anjo da Noite", "Poderoso Thor" e "Rainha da Paz".

Bem, Nana estamos chegando ao fim, mas antes de terminar, fale um pouco mais sobre a arte em sua vida. Além de ser escritora, o que mais você faz? Você sabe o porquê eu te fiz essa pergunta... porque eu sei de suas outras atividades e estou te dedurando (risos).

(risos) Nasci e fui criada na praça General Osório, em Ipanema. Minha mãe foi uma das primeiras artesãs da "1ª Feirarte do Rio". Bom, sou artesã desde que me entendo por gente. Já fiz de tudo dentro do artesanato. Nos últimos anos tenho lidado com bordados, crochê, tricô, bijoux, dreadfalls, também produzo trajes e acessórios para as danças do ventre e tribal.

Muito legal, eu inclusive vi seus trabalhos no seu orkut, mas... vamos lá! Essa é clássica nas minhas entrevistas. (risos) O que você gostaria de dizer ao público da Taverna que irá te assistir na próxima sexta-feira? Alguma mensagem, sugestão, protesto, denúncia? (risos) Pode botar a boca no mundo!

Gostaria de dizer, que será um prazer estar na Taverna, Romulo. Conto com a presença de todos e espero tocar a cada um deles, com um pedacinho da minha alma Fantástica. Saudações Vampirescas e cheias de carinho, desta Imortal que tem pela a arte da escrita, um amor infinito!

Nana, mais uma vez eu gostaria de agradecer a você, em nome do evento, pela gentileza e pelo carinho de nos conceder essa entrevista. Fica aqui agora a espera para recebê-la em nossa humilde Taverna! Evoé!

Romulo, para mim foi uma grande prazer. Um abraço a você, e a todos da equipe da Taverna. Obrigado pela gentileza e sagacidade, com as quais conduziu esta entrevista. Nos vemos na Sexta... Beijinhos sombrios!

Conheça os trabalhos da poeta e escritora Nana B.:

http://nanabpoetisa.wordpress.com/

http://covildadeusavampira.blogspot.com/?zx=89706a4bd99726f2

Entrevista: Romulo Narducci.

Fotos: Divulgação.

quarta-feira, 10 de março de 2010

A Arte de Beatriz Peixoto: Em Busca de Um Novo Conceito.

Beatriz Peixoto começou muito cedo a se interessar pelo mundo da pintura. Ainda criança arriscava os primeiros traços numa brincadeira que realizava com a sua avó materna. No final da década de 80, cursou vários cursos de desenhos no SENAC, em seguida após morar em São Paulo, em 2001, onde ao trabalhar na Escola Art São Paulo, e ter contato com vários artistas desta instituição se interessou pelas artes plásticas e se inscreveu no curso de pintura.
Fortemente influenciada pelos Academicismo e Impressionismo - porém, este último já descaracterizado no seu trabalho devido aos tons de cores ocres usados por esta -, mas flertando sempre com uma intensidade apaixonada pelo movimento Surrealista, Beatriz Peixoto busca através de estudos um estilo próprio na criação de suas obras, no qual chama com certa cautela de "Eterização".
Segundo a artista plástica, a técnica que vem desenvolvendo consiste em uma não delimitação das formas, buscando ao máximo uma integração visual em compartilhar a figura com o fundo da obra.

Eros (óleo sobre tela, 50x40, Dezembro de 2009).

O quadro acima, que é uma representação do deus grego Eros foi um dos últimos trabalhos da artista onde esta busca editar o máximo de sua técnica etérea. Outro detalhe interessante que pode-se perceber em seus trabalhos é a paleta de cores ultilizada por Beatriz. Esta esbanja seus traços em um estilo de sépia, ou vez ou outra abuza de tons escuros, cores frias e se quentes, trabalhadas em tonalidades que soam soturnas.

Almas Entrelaçadas (óleo sobre tela, 70x50, 09/11/2009).

A busca pelo estilo próprio sempre é uma tarefa árdua para o artista plástico, que muitas vezes acaba o percebendo depois de muito estudo nas menções de suas próprias obras, ou o prórpio acaso o presenteia, ou até mesmo o seu estilo já vem incutido dentro de suas próprias referências internas, desenvolvendo-o sem quase nenhum esforço. Mas o estudo, para quem busca uma originalidade sempre é muito importante, não só nas artes plásticas, mas em todas as sendas da arte.

A Mulçumana (óleo sobre tela, 46x38, Março de 2008).

Pelo que a artista plástica revela, esta vem estudando arduamente no intuito de afirmar suas técnicas para o desenvolvimento de um estilo próprio e ímpar, é claro que não busca fugir de suas origens, como pode-se perceber na tela acima "A Mulçumana", uma bela pintura que mostra um mimetismo interessante do Academicismo fundido ao Surrealismo. O manto que envolve a mulher é sua própria mordaça, como numa referência à opressão machista aludida à figura retratada.

COM A PALAVRA, BEATRIZ!

Batemos um rápido papo com a artista plástica desse mês, Beatriz Peixoto, que nos falou um pouco de suas obras, como se interessou pela pintura, como as cria, e ainda de quebra manda um recado para aqueles que estão trilhando o mesmo caminho que ela ou pensam em trilhar.

Olá Beatriz, como vai? Vamos apelar ao clichê e perguntar o óbvio das entrevistas (risos). Em que momento da sua vida você começou a ter contato com as artes plásticas e como se deu isso?

Começou quando eu fui morar em São Paulo, em 2001. Eu trabalhei numa escola de artes e lá mesmo eu fiz o curso de pintura a óleo. Lá eu conheci vários artistas os quais eu fazia contato para o meu professor. Desde pequena eu gostava de desenhar com a minha avó, isso com meus 6 anos... Aos 16 anos eu fiz vários cursos de desenho no SENAC, entre eles: figura humana, desenho artístico, ilustração e propaganda, no qual o trabalho final da turma consistia em ilustrar a vitrine do SENAC. Porém, após o curso, fiquei parada por um bom tempo até partir para São Paulo. E retornando de lá, realizei algumas exposições e desde então, pintando uma tela ou outra, em estudo, em busca de minha identidade artística.

Quando você fala de identidade artística, a que você se refere? Trata-se de algum estilo que você vem buscando criar, ou se basear em um outro que a influencia? Partindo disso, que identidade é essa que você vem buscando?

Sim, é um estilo próprio. A identidade que busco é como uma expressão autêntica de minha alma, como se fosse uma representação dos meus pensamentos e sentimentos em forma de pinceladas e cores. Encontrar a forma de como eu vejo e sinto o mundo, as pessoas e a mim mesma. Mas partindo dessa busca de um estilo próprio os estilos em que me baseio para isso seriam o Academicismo e o Impressionismo. Assim, venho realizando um estudo o qual chamo de Eterização, atualmente.

Hum... Eterização? No que consiste? Como você representa isso nos seus quadros?

Consiste na dissolução das linhas, na mistura de cores na própria tela, ao invés de usar a paleta, mas não sendo isso uma regra. É também uma busca do desfoque da imagem, tirando a impressão do sólido, buscando a beleza das formas.

Você disse que essa técnica ainda é um estudo, certo?

Sim. Ainda não encontrei exatamente o estilo desejado. Ainda estou desenvolvendo esta idéia de técnica chamada de Eterização a partir de minhas bases.

Bacana! E para a Taverna do dia 12 de março, o que você pretende nos mostrar?

Desejo expor um pouco do que já produzi no passado e do que venho desenvolvendo a partir desse estudo. Não apresentarei nenhuma coleção de quadros, vou expor uma diversidade de temas e dentro disso mostrar a minha busca.

Para finalizar esse bate-papo, o que você deixa de mensagem? O que diria, por exemplo, aos artistas que ficam escondidos no anonimato?

Para buscarem se auto-afirmar e sem medo tentar expor os seus trabalhos. Porque a arte feita com amor é para dividir com todas as pessoas... deve ser vista, sentida, senão perderá o seu propósito.

Conheça mais obra e mais sobre o trabalho de Beatriz Peixoto:

http://www.beatrizpeixotoartes.blogspot.com/

segunda-feira, 8 de março de 2010

Hannar Lorien: A Guardiã do Jardim dos Sonhos.

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Hannar Lorien mais uma vez na Taverna! Sim, a bela e camaleônica poeta que carrega o título de tavernista para os quatro ventos, por onde quer que vá, mais uma vez nos brindará com sua poesia que traz os ares do mimetismo entre o moderno e o romântico. A poesia de Hannar é bela e isso é fato. Textos bem construídos com a sensibilidade que exprime os seus temas, fazem com que Hannar se destaque pela beleza de seus poemas.
Hannar se apresentou pela primeira vez no Uma Noite na Taverna no ano de 2005 e depois disso, ao apaixonar-se pelo evento - e vice-versa -, tornou-se uma das poetas que mais se apresentaram diante do público tavernista.
Hannar Lorien é uma artista inquieta e demonstra isso nos vários trabalhos que realiza colaborando com diversos blogs literários, hoje ferramenta incontestável de divulgação da nova geração da literatura, e ainda na organização de alguns eventos de arte.
HANNAR LORIEN POR ELA MESMA

Hannar Paulla Alves da Silva, 35 anos, professora de Geografia formada pela UERJ, lecionando na rede pública do Rio de janeiro. Aluna pós-graduanda em Geologia do Museu nacional, atua como umas das coordenadoras de atividades da Biblioteca Escolar do Colegio Alcina Rorigues, em Itaipu.
O pseudônimo Lorien é uma homenagem a um personagem do livro "O Silmarilion" de JRR Tolkien (Lorien é uma entidade pré-angelical, responsavel pela guarda do Jardim dos Sonhos, que tem poder para dar descanso, alento e inspiração aos peregrinos).
No dossiê de suas lembranças mais caras, guarda e sempre revive com muito carinho as memórias do tempo em que era levada pelo pai à biblioteca do SESC, no subúrbio de Madureira, no Rio de janeiro, onde se deu início a sua alfabetização sensorial e artística espontânea, visto que ninguém lhe cobrava resultados muito rigorosos sobre suas visitas. Misturam-se as estas lembranças de juventude uma inclinação e admiração pelos primeiros quadros de Van Gogh, Salvador Dalí e Monet que preenchiam seu imaginário e lhe serviam de inspiração, assim também como as composições de Vivaldi, Handel, Teleman, entre outros.
Pôde contar também com o incentivo de muitos de seus professores de Redação e Língua Portuguesa, dos quais hoje alguns são seus colegas de trabalho, e lhe estimulavam em competições sobre criação de temas e frases. Confessa que não era uma leitora muito disciplinada, no entanto demonstrava intensidade no que lhe apetecia a ler. Dentre seus autores preferidos constam: Pablo Neruda, Carlos Nejar, Vina Schneider, Romulo Narducci, Shakspeare, Cecilia Meireles, Mário Quintana, Emily Dickinson, Lorde Byron, dentre muitos outros.
Acredita que a poesia só pode existir de quanto mais se alimenta em si mesmo e nas emoções que dela absorve (contradições sociais, natureza e dilemas humanos), reproduzindo universos reais e paralelos, cheios de criatividade, sensibilidade, dor e contemplação. Como diz o amigo de militância do Sindicato dos Professores, Júlio Machado, "seus poemas são telas, pois é inegável a transposicão de elementos surreais da pintura para suas criacões poéticas tal como uma sinestesia.
articipa dos saraus do Espaço Ciencia Viva, na Tijuca, que é coordenado pelo ator Eduardo Tornagui e pelo músico e também poeta João de Abreu Borges, e também das edições mensais do evento Uma noite na Taverna, realizadas no Sesc de São Gonçalo, coordenados pelos poetas Romulo Narducci e Rodrigo Santos. Participou também do projeto 1825 Dias de Poesia, coordenado por integrantes do Sindicato dos Escritores e que publica todos os fins de ano uma coletânea com a obra de seus integrantes chamada Poesia Simplesmente, que realizam o evento Terça conVerso, no café no teatro Gláucio Gil.
Hannar Lorien, já foi premiada em vários festivais de poesia do Sesc de Madureira, do Shopping Nilopolis Square e do Instituto Sepetiba.
Dirige bimestralmente com João de Abreu Borges e Santiago Midgard, as reuniões do Clube Intinerante de Leitura e Artes Afins, que ocorrem na Tijuca ou em Santa Tereza. E agora está trabalhando na edição e publicação de sua primeira coletânea em conjunto com o amigo e poeta Vina Schneider, conselheiro e cúmplice em muitas de suas composições.

Blogs que Hannar Lorien escreve:

http://acorjavirtual.blogspot.com/

www.insignare.blogspot.com

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Esquete Teatral com a Cia Quarto de Teatro: Homenagem a Clarice Lispector!

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A Cia Quarto de Teatro juntamente com os alunos do Curso Corpo Expressivo do ano de 2009, Turma B, irão apresentar nessa edição do Uma Noite na Taverna uma das esquetes do espetáculo "O Pior de Mim Mesma...", baseado na obra "Laços de Família", de Clarice Lispector, que irá acontecer no dia 25/03 no SESC São Gonçalo.

Ao fundo, da esquerda para a direita, Taíza Gama e Fernando Porto (atores). Depois os outros atores, da esquerda para direita, Carol Paes, Louise de Lemos (também orientadora teórica literária), Nicolle Longobardi, Suzanne Morais (também orientadora teórica literária), Romulo Narducci e Vani de Souza. À frente, da esquera para a direita) Anderson Hanzen (orientador corporal) e Reynaldo Dutra (diretor geral).

A esquete que será apresentada no Uma Noite na Taverna, que será um aperitivo do espetáculo que acontecerá no final do mês e uma mostra do trabalho e do estudo realizado pelo grupo será uma adaptação para teatro do conto "Feliz Aniversário", de Clarice Lispector.

O ESPETÁCULO

Para comemorar o aniversário de 90 anos da escritora Clarice Lispector, a Cia. Quarto de Teatro reúne seus alunos-atores da turma B do Curso Corpo Expressivo de Iniciação de Teatral para reler cenicamente a obra de Clarice Lispector: O Pior de Mim Mesma ou Sagrado Coração ou A Mulher que Pôs um Ovo ou Uma Pessoa Não é Nada! ou A Senhora Nunca Fez Isso, é uma peça livremente inspirada em alguns contos do livro Laços de Família, publicado em 1960.

Temas diversos são apresentados e discutidos na encenação, tais como: a opressão histórica do sexo feminino e sua redução a coadjuvante nas relações sociais; a hipocrisia deflagrada nas relações familiares; os limites entre o amor e a exploração do homem pelo homem. Temas polêmicos e de caráter universal, que se apresentam diante do espectador como um desvendamento, um jogo com as palavras, um jogo com os sentidos.

O espetáculo, que é itinerante e interativo, dirige-se ao público a partir dos 15 anos, principalmente aos estudantes do Ensino Médio e Superior, oferecendo, após cada apresentação, um bate-papo esclarecedor sobre a obra de Clarice Lispector. Acreditamos no caráter político pedagógico do teatro, neste processo de estímulo de reflexão filosófica e apreciação estética a partir da literatura.

A peça estreatrá no SESC São Gonçalo, dia 25/03, ás 18h e às 20h. Serão distribuidas senhas com 1h de antecedência, e os ingressos custam R$ 12,00 (inteira), R$ 6,00 (idosos e estudantes) e R$ 3,00 (sócio comerciário).


Do fundo para o primeiro plano: Carol Paes, Suzane Morais, Raquel Martins, Taíza Gama, Nicolle Longobardi, Louise de Lemos e Vani de Souza, atrizes do espetáculo.

Maiores detalhes sobre o espetáculo, visitem o site: http://www.ciaquarto.blogspot.com/

Fotos: Divulgação.

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Clipe Musical: Larissa Kill

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A Cantora Larissa Kill estará se apresentando pela segunda vez no Uma Noite na Taverna, nessa edição especial dedicada ao Dia Internacional da Mulher. A cantora, que tem uma voz suave e expressiva, reúne elementos de Música Popular Brasileira e Pop Rock resultando num som muito agradável de se ouvir. Confiram um pouco do seu talento nesse belo clipe musical com sua música de trabalho.

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domingo, 7 de março de 2010

Sylvia Plath: A Mulher da Redoma de Vidro.

Sylvia Plath viveu uma vida meteórica, de angústias e desilusões. Seus pensamentos e suas expressões, onde narra a sua intensa luta contra a depressão, vieram a ser publicados em seu romance semi-autobiográfico, “A Redoma de Vidro” (“The Bell Jar”), sob o pseudônimo Victoria Lucas. Sua obra poética sempre carregada de questionamentos e contestações ao meio que a feria, vem em muitos momentos ensejados num eu poético na primeira pessoa do singular, o que demonstrava sua ligação direta como poeta catalisadora de seus próprios sentimentos.
"Sofri as atrocidades dos poentes.
Escorchados à raiz
Meus filamentos rubros secam e estendem dedos de arame.
Agora me desfaço em pedaços que voam como paus.
Uma ventania dessa violência
Não suporta nada ao redor: preciso gritar."
(trecho do poema Árvore, trad. de Vinicius Dantas,Revista Novos Estudos CEBRAP nº 28 outubro de 1990).
Sylvia Plath nasceu em Massachusetts, nos USA, em 27 de Outubro de 1932. Filha de Aurelia Schober Plath, que era da primeira geração norte-americana de uma família austríaca, e de Otto Emile Plath, um imigrante de Grabow, da Alemanha, professor de zoologia e língua alemã na Universidade de Boston, Sylvia passaria grande parte de sua infância em Johnson Avenue, na cidade de Winthrop. Foi lá, que ainda criança, com apenas 8 anos de idade Sylvia publicou seu primeiro poema, na sessão infantil de Boston Herald.

Após a morte de seu pai, uma semana depois de seu aniversário de 8 anos, 5 de novembro de 1940, devido a complicações de diabetes, a mãe de Sylvia junto de seus avós maternos mudou-se com ela e seu irmão Warren para a rua Elmwood 26, em Wellesley, Massachusetts, no ano de 1942.

O pai de Sylvia Plath está enterrado no cemitério de Winthrop, onde sua lápide continua a atrair leitores de um dos poemas mais famosos de Plath, “Papai” (“Daddy”).

Após entrar para a faculdade, três anos após o início do curso, Sylvia Plath recebeu um convite para atuar como editora convidada na revista “Mademoiselle”, passando a morar por um mês na cidade de Nova York. A experiência não foi nada do que Sylvia esperava, começando então um redemoinho em sua visão sobre si própria e da vida em geral.

No seu primeiro ano em Smith College, Sylvia Plath tenta o suicídio pela primeira vez, tomando uma overdose de narcóticos. Após esse episódio, Plath esteve foi internada numa instituição psiquiátrica, onde recebeu terapia atavés de eletrochoques.

Após esse episódio, Plath esteve brevemente comprometida na instituição psiquiátrica McLean, onde recebeu terapia atavés de eletrochoques.

Sua estada no hospital McLean foi financiada por Olive Higgins Prouty, também responsável pela bolsa concedida à Plath para arcar com as despesas de seus anos em Smith College.

Após recuparar-se de seu estado, Sylvia Plath formou-se com louvor no Smith College, em 1955. Aluna brilhante e dedicada, Sylvia obteve uma bolsa integral fullbright na Universidade de Cambrige, na Inglaterra, onde foi morar e continuou a escrever poesia ativamente, publicando seu trabalho ocasionalmente no jornal Varsity.

No final de fevereiro de 1955, na festa de lançamento da “St. Botolph’s Review”, em Cambridge, Sylvia conheceu o jovem poeta britânico Ted Hughes. Plath afirmou em uma carta à mãe ser paixão imediata, visto que já acompanhava e admirava o seu trabalho literário. Assim se casaram em uma pequena cerimônia no dia 16 de junho de 1955.

O jovem casal de poetas passaram o período de julho de 1957 a outubro de 1959 vivendo e trabalhando nos Estados Unidos, onde Plath lecionava inglês no Smith College, onde estudou anteriormente. Após, se mudaram para Boston, onde Sylvia Plath assistia a seminários do poeta Robert Lowell. Além de Sylvia, a poeta Anne Sexton também freqüentava esses seminários. Nessa época, Plath e Hughes conhecem também, W. S. Merwin, que admirou o trabalho do casal, firmando amizade com Sylvia e Ted por toda a sua vida.

Sylvia Plath engravida, o casal muda-se de volta para a Inglaterra, vivendo em Chalcot Square, próximo à área Primrose Hill de Regent’s Park, em Londres. O casal fixa-se então, na pequena cidade de North Tawton, em Devon. Nessa época, é publicada a primeira coletânea de poemas de Sylvia Plath, chamada “The Colossus”. Em fevereiro de 1961, Sylvia sofre um aborto, que seria um dos seus temas principais, presente em grande número de seus poemas.

O casamento de Sylvia Plath com Ted Hughes começa, então, a enfrentar muitos obstáculos, particularmente a relação extra-conjugal de Hughes com Assia Wevill. O casal separa-se no final de 1962. Plath, então, retorna a Londres com seus dois filhos, Frieda e Nicholas, de três anos e um ano, respectivamente, alugando um apartamento na rua Fitzroy n° 23 (a apenas alguns quarteirões do apartamento em que havia morado com o marido, em Chalcot Square), no prédio onde W. B. Yeats também havia morado.

Na manhã de 11 de fevereiro de 1963, Plath veda completamente o quarto das crianças com toalhas molhadas e roupas, deixando leite e pão perto de suas camas, tendo ainda o cuidado de abrir as janelas do quarto, ainda que em meio à uma forte nevasca. Então, toma uma grande quantidade de narcóticos, deitando logo após a cabeça sobre uma toalha no interior do forno, com o gás ligado.

Na manhã seguinte o corpo de Sylvia Plath foi encontrado pela enfermeira que havia contratado, Myra Norris, que, quando chegou ao apartamento, sentiu um cheiro muito forte de gás. Pediu ajuda. A porta foi arrombada. O quarto das crianças estava gelado, e ambas com muito frio.


Sylvia Plath manteve o hábito de escrever em diários desde a idade de 11 anos, até o dia de seu suicídio. Os seus diários datados da fase adulta, começam com os seus anos como caloura no Smith College, em 1950. Os textos extraídos de seus diários foram publicados pela primeiravez no ano de 1980, sendo editados por Frances McCullough. Em 1982, quando o Smith College recuperou os diários que faltavam, Ted Hughes os selou até o dia 11 de fevereiro de 2013, quando se completará cinquenta anos da morte de Sylvia.

Em 1998, pouco antes de sua morte, Hughes liberou os manuscritos, passando-os para Frieda e Nicholas, que os repassaram para Karen V. Kukil, para serem editados. Kukil termina a edição em dezembro de 1999, e no ano de 2000, os diários são publicados pela editora Anchor Books, com o título "The Unabridged Journals of Sylvia Plath". De acordo com a contra-capa, dois terços dos "Unabridged Journals" eram materiais novos. A escritora americana Joyce Carol Oates descreve a publicação como um “genuíno evento literário”.

Hughes foi alvo de muito criticismo, pelo papel que desempenhou destruindo a última parte dos diários de Plath, que continham escritos desde o inverno de 1962 até a sua morte. Ele se defende, afirmando que os havia destruído em um ato de proteção de seus filhos, e que o esquecimento para ele era uma parte essencial da sua sobrevivência.

BIBLIOGRAFIA

- The Colossus (1960), coletânea de poemas.

- The Bell Jar (1963), A Redoma de Vidro, único romance da autora.

- Ariel (1965), poemas.

- Crossing the Water (1971), A Travessia da Água, coletânea de poemas.

- Johnny Pannic and the Bible of Dreams (1977) (Zé Susto e a Bíblia dos Sonhos) livro de contos e prosa.

- The Collected Poems, (1981), poemas inéditos.

*Texto: pesquisado em Wikipédia e diversos sites na internet.

A REDOMA DE VIDRO


A Redoma de Vidro

Sylvia Plath

Romance

272 páginas

ISBN: 850105139X




Escrito em 1961, dois anos antes do suicídio de Sylvia Plath, A REDOMA DE VIDRO traz como personagem central Esther Greenwood, alter ego ficcional de Plath. É fácil reconhecer Plath nas atitudes, dúvidas e neuroses da personagem. Fugindo do que seria uma óbvia obra de literatura confessional, a autora cria um romance de qualidades excepcionais, centrado no processo de desintegração mental de sua heroína, promovido pelas mais diversas manifestações do chamado "senso comum".

Esther é uma jovem provinciana, aluna brilhante de uma universidade do interior que um dia tira a sorte grande e parte para um estágio em uma das mais glamourosas revistas femininas de Nova York. Mas Esther, que em um primeiro momento mostra-se uma mulher segura e ponderada em meio a um grupo de mulheres fúteis, não resiste ao jogo de vaidades e ao mundanismo do seu grupo. O que poderia ser um mundo de oportunidades torna-se uma prisão opressora. Aos poucos, outros aspectos sombrios de sua vida vão sendo desvelados: o frágil relacionamento com a mãe, a figura inexpressiva do pai e o relacionamento mal resolvido com Buddy Willard, exemplo de um tipo de cretino vaidoso muito comum nos Estados Unidos dos anos 50, que Plath — que sofreu indignidades cruéis nas mãos dos homens — construiu com ironia e desprezo cortantes.

Indecisa sobre seu futuro profissional e assombrada pelos fantasmas do passado, Esther vê a volta para casa como a única solução viável. E é lá, rodeada pela mãe de atitudes burocráticas e um ambiente social pouco afetivo, que Esther chega ao limite e tenta se matar. A partir daí, acompanhamos seu calvário por diversos hospitais psiquiátricos, as sessões de eletrochoque e as crises de insanidade que em muitos momentos — o que é mais assustador — beiram a lucidez.

A REDOMA DE VIDRO é o único romance do legado literário de Plath, formado por uma obra poética que inclui livros como Colossus e Ariel. The Collected Poems, editado por seu ex-marido, o escritor inglês Ted Hughes, foi o ganhador do Prêmio Pulitzer de 1982. Sylvia Plath se suicidou em 1963, aos 30 anos, em uma cozinha tomada por gás.

Texto: http://www.editoras.com/record/051391.htm

"Dentro de mim mora um grito. De noite, ele sai com suas garras, à caça de algo para amar."

sábado, 6 de março de 2010

Uma Noite na Taverna celebra a poesia de Sylvia Plath, no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.


No dia 12 de março, a partir das 19 horas no SESC São Gonçalo o evento Uma Noite na Taverna no mês em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher irá homenagear a poeta norte americana Sylvia Plath.
O evento está recheado de atrações e menções ao universo feminino com apresentações de artistas mulheres, mostrando o talento e o verdadeiro princípio Anima da arte. Hannar Lorien, exímia poeta e divulgadora implacável da boa arte literária, depois de um tempo sem recitar no evento retorna com seus novos textos. Quem se apresentará pela primeira vez na Taverna é a poeta e escritora carioca Nana B., que além de recitar seus versos estará lançando o seu primeiro livro de poesia "Fragmentos, Poética Fantástica". A artista plástica Beatriz Peixoto também estará expondo suas obras pela primeira vez no evento apresentando ao público alguns quadros de sua série ainda em estudo, denominada por esta de "Eterização". A música ficará por conta da bela cantora Larissa Kill, que retorna ao evento com sua MPB com elementos de Pop Rock, que agradou baqstante o público da primeira vez que se apresentou. Ainda, complementando a noite de celebração à arte em homenagem à Mulher, a Cia Quarto de Teatro, junto dos alunos da Oficina Corpo Expressivo, apresentarão a esquete "Feliz Aniversário", uma prévia da peça O Pior de Mim Mesma, baseda no livro de contos "Laços de Família" da escritora Clarice Lispector, que irá estreiar no dia 25 de março, no próprio SESC São Gonçalo.
O evento no mês de março está munido de todas as vertentes da arte, no intuito de levar ao público tavernista o melhor da arte consagrada e nova! Não perca por nada, chame os amigos e bom entretenimento para todos!