Em 1915, no mesmo vespertino, registrou a conversa de João Cândido, herói da Revolta da Chibata e traçou, ao cobrir a agitação das alunas da Escola Normal, o primeiro perfil biográfico de Cecília Meireles, que tinha apenas 13 anos. Projetou-se no jornal A Folha, periódico fundado por Medeiros de Albuquerque, em 1919, em oposição ao governo de Epitáfio Pessoa. Foi preso em 1921, duas vezes, devido a processos de injúria, e no período em que esteve preso, sua experiência o fez tornar-se o cronista dos encarcerados. Sendo este um de seus principais assuntos, rendendo-lhe o seu primeiro livro de prosa, chamado Na Prisão, de 1922.
No ano seguinte, publicou Ban-ban-ban!, livro que trata do mundo do crime e da malandragem. Nesta década de 1920, com estilo próprio de frases com parágrafos breves, pelas páginas de A Manhã e de A Notícia e Crítica, tornou-se o mais importante cronista da cidade do Rio de Janeiro.
Como poeta da canção, Orestes Barbosa estreou em 1927, no teatro, ao escrever duas letras para Ouro de Moscou, revista sua juntamente com o jornalista Martins Reys, com a música do maestro Francisco de Assis Pacheco, chamadas Coração de Carmim e Flor do Asfalto. Em 1930, Bangalô, uma cançoneta com melodia de Osvaldo Santiago, interpretada por Alvino, integrante do Bando de Tangarás, inaugurou sua na música ao ter sua canção gravada. Mas somente após a Revolução de 24 de Outubro, com o empastelamento dos dois jornais em que colaborava, Crítica e A Notícia, e o fechamento do Conselho Municipal, seu emprego público, teve que sobreviver encontrando definitivamente o seu caminho na música popular.
Na coluna Rádio, pelas páginas de A Hora, desde a fundação em 06/07/1933, promoveu intensa divulgação da música popular brasileira. Foi também jurado do 1º Concurso de Escolas de Samba na Praça Onze, em 1932. Entrevistou para a seção, além de Francisco Alves, Mário Reis, Noel Rosa, Cartola (líder da Estação Primeira de Mangueira) e Baiaco (da Estácio de Sá).
Ainda em 1933, já em Avante!, entrevistou Wilson Batista e outros importantes sambistas. O livro Samba - Sua História, seus Poetas, seus Músicos, seus Cantores, que inaugura, ao lado de Na Roda do Samba, de Francisco Guimarães, a historiografia do mais importante gênero musical brasileiro nasceu das campanhas jornalísticas em A Hora e tem como epígrafe uma frase atribuída ao grego Ésquilo, que diz: "Eu e o tempo contra todos".
Embora parceiro de muitos compositores, entre os quais Noel Rosa e Custódio Mesquita, em música criou suas melhores obras ao lado de Jota Tomás, Francisco Alves e Sílvio Caldas. Com o Jota Tomás, conheceu o seu primeiro sucesso com a música Flor do Asfalto; com Francisco Alves, entrou para o repertório seresteiro com Meu Companheiro, A Mulher que Ficou na Taça, Dona da Minha Vontade e Por Teu Amor. Sobre Chão de Estrelas, sua obra-prima incontestável, parceria com Sílvio Caldas, com quem ainda compôs Serenata, Arranha-céu e Suburbana, escreveu o poeta Manuel Bandeira:
"Se eu fizesse aqui um concurso, como fizeram na França, para apurar qual o verso mais bonito de nossa língua, talvez eu votasse naquele de Orestes em que ele diz: Tu pisavas os astros distraída..." (Orestes, Jornal do Brasil, 18 de janeiro de 1956).
Orestes Barbosa faleceu em 15 de agosto de 1966.
BIBLIOGRAFIA
- Penumbra Sagrada, Typografia Apollo, Rio, 1917;
- Água-Marinha, separata da Revista do brasil, São Paulo, 1921;
- Na Prisão, Typ. Jornal do Commércio, Rio, 1922;
- Ban-ban-ban!, Benjamim Costallat e Miccolis, Rio, 1923;
- Portugal de Perto!, Jacyntho Ribeiro dos Santos, Rio, 1923;
- A Fêmea, Jacuntho Ribeiro dos Santos, Rio, 1924;
- O Português no Brasil, edição do autor, Rio, 1925;
- O Pato Preto, Brasil Contemporâneo, Rio, 1927;
- O Fantasma Dourado, Calvino Filho, Rio, 1933;
- Silva Jardim - Sua Vida Idealista - Sua Morte na Cratera do Vulcão, em Avente 12-20/12/1933, p.2;
- Samba - Sua História, Seus Poetas, Seus Músicos e Seus Cantores, Livraria Educadora, Rio, 1933;
- Não Se Compra Entrada na História, em parceria com Pandiá Pires, I. Amorim, Rio, 1938;
- Chão de Estrelas, J. Onzon Editor, Rio, 1965.
Fonte: Wikipédia..
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