Na mitologia grega, Medéia era filha do rei Eetes, da Colóquia (actualmente, a Geórgia), sobrinha de Circe (aparecendo, ainda, como filha de Circe e Hermes ou como irmã de Circe e filha de Hécata) e que foi, por algum tempo, esposa de Jasão. É uma das personagens mais terrivelmente fascinantes desta mitologia, ao envolver sentimentos contraditórios e profundamente cruéis, que inspiraram muitos artistas ao longo da história - na escultura, pintura, teatro, cinema e ópera.
Os mitos e personagens que envolvem Medéia têm sido classificados por alguns autores como narrativas e elementos-chave respeitantes ao limiar cultural e civilizacional que separa, por um lado o mundo primitivo das culturas pelásgicas dos xamãs, das divindades ctónicas, dos matriarcados arcaicos e da Deusa-mãe e, por outro, os novos desafios e paradigmas abertos pela Idade do Bronze. O mito de Medéia insere-se no ciclo narrativo dos Argonautas que nos chegou até hoje, de forma mais completa, na obra Argonautica de Apolónio de Rodes (século IIIa.C.) que se baseou em material disperso, a que tinha acesso na famosa biblioteca de Alexandria.
No teatro o mito de Medéia teve sua incursão através de Eurípides, que compôs a tragédia grega homônima datada de 431 a.C.. O enredo de Medéia constitui um dos episódios finais de uma longa e complicada lenda, ou de um entrelaçamento de lendas da fértil mitologia grega.
No texto, foi apresentado o retrato psicológico de uma mulher carregada de amor e ódio a um só tempo. Medéia representa um novo tipo de personagem na tragédia grega, como esposa repudiada e estrangeira perseguida, ela se rebela contra o mundo que a rodeia, rejeitando conformismo tradicional. Tomada de fúria terrível, mata os filhos que teve com o marido, para vingar-se dele e automodificar-se. É vista como uma das figuras femininas mais impressionantes da dramaturgia universal.
Medéia de Eurípides, como narrado acima, vem contar o drama de uma mulher que deixou tudo para trás, sua pátria e família para seguir ao lado de um grande amor, até ser traída por ele. Jasão, líder dos Argonautas, parte para Cólquida em busca do Velocino de Ouro, missão que lhe é imposta para que consiga retomar o trono de Iolco. No caminho conhece e se apaixona por Medéia que, embora filha de rei, ela usa seus poderes de feiticeira para ajudar Jasão a vencer os obstáculos impostos por seu pai. Saem vitoriosos, porém Medéia é traída pelo marido que a abandona para se casar com a filha do rei Creonte.
Injustiçada e furiosa a feiticeira não poupa esforços para vingar-se de Jasão. Além de matar os filhos que teve com o marido, lança sobre ele terrível maldição…
Eurípedes é um dos trágicos mais conhecidos e estudados. Foi o responsável por levar para a tragédia dramas individuais e cotidianos, e por incorporar nos textos as mudanças que ocorriam no pensamento do homem grego, que buscava justificar suas ações e relativizar valores até então inquestionáveis.
Conforme já dito, a esquete intrepretada pela talentosa Nicolle e pela Cia Quarto de Teatro foi uma adaptação de todo o mito que cerca a figura dessa personagem para a peça Chumbo Grosso, e que agora ganhou uma nova roupagem exclusiva para o Uma Noite na Taverna. Nem precisamos dizer que será imperdível!
Um comentário:
Dos artista que vi aos 16 Nicolle é sem dúvida uma promessa para os palcos. Deixe-me retificar: Ela já é uma realidade. O que quero dizer é que a are ainda lhe será muito maior e oi talento também....
menina que veio ao mundo prematura mas de capacidades precoces...salve os mistérios da arte!!
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