O dobre de sinos, o canto de animais peçonhentos e uma música sombria ecoam, os tavernistas adentram a Taverna e sobre a réplica de um crânio acendem uma vela, servem-se de vinho e ao público é entoada a oração do Pai Nosso, da obra Divina Comédia de Dante. Está começando o Uma Noite na Taverna em homenagem aos poetas da Sociedade Epicureia!
A performance macabra iniciou, e enquanto eram recitados pelos poetas Romulo Narducci, Rodrigo Santos e Pakkatto, as poesias de mestres como Álvares de Azevedo, Bernardo Guimarães, Fagundes Varela, Lord Byron, entre outros, ao fundo uma caminhada no cemitério do Maruí era contemplada pelo público temeroso e maravilhado, numa projeção.
Estreando como poeta residente, Pakkatto, que sempre foi uma peça importante para o tavernismo, abriu um portal para uma nova fase do evento.
O ritual poético proferido pelos 3 tavernistas começou, o vento gélido da noite haveria ainda de trazer novos uivos poéticos para que o Uma Noite na Taverna prosseguisse com o louvor que os mestres do byronismo merecem. O poeta Fagner Gabriel foi o primeiro poeta convidado da noite.
Pela primeira vez no Uma Noite na Taverna, o poeta Fagner Gabriel recitou seus belos textos embebidos do doce veneno poético da poesia romântica e da cultura do rock.
E eis que então, surge um belo anjo, suave e fatal, com uma poesia coesa demais para a sua idade de apenas 13 anos, a poeta Juliana Bittencourt, um querubim de talento precoce e surpreendente deixa o público embevecido com sua coragem e seus versos contestadores.
A pequena-grande-poeta teve o público sob o seu controle e foi muito aclamada.
A noite não havia acabado, um pavor ainda iria se instalar naquela taverna. Os cânticos clamados, eivas de despertar os mortos, trouxeram do além o Mensageiro Obscuro em sua forma mais horripilante: o Fantasma!
O público se virou se indagando de onde vinha aquela voz angelical, mas que ao mesmo tempo possuía uma arrogância descomunal. Era um nobre cavalheiro, de tez pálida que despertava um misto de curiosidade e um estranho arrepio na espinha.
Estava iniciando a esquete teatral do ator Reynaldo Dutra, Uma Noite ao Luar!
Servido de vinho pelo poeta Romulo Narducci, o estranho homem aos poucos revelava sua identidade, deixando os presentes atônitos.
E porque não, logo naquela noite, na Taverna? Era de se perguntar o porquê numa sexta-feira 13, após invocações epicureias, fantasmas, anjos e trovadores terem estado ali, porque ele não haveria de surgir?
E para o terror dos presentes ele revelou seu nome, que de tantos e tantos que a humanidade conhece e desconhece, ele se apresentou como Satã!
E com isso, a esquete Uma Noite ao Luar, do ator Reynaldo Dutra (Cia Quarto de Teatro) foi aplaudida de pé por toda a Taverna, se tornando sem dúvidas uma das mais belas apresentações teatrais de todos os sete anos de evento. No local, ainda, havia uma linda exposição do cartunista e ilustrador Adam Rabello (vejam matéria sobre o artista e seus trabalhos aqui no Manifesto Tavernista).
Um evento fantástico em todos os sentidos! Quem compareceu, se deleitou com a alta qualidade das apresentações que marcarm como uma das edições históricas do Uma Noite na Taverna. Quem não apareceu, recairá uma maldição: será assombrado eternamente de arrependimento por ter perdido essa noite fantástica. Evoé!
Fotos: Rodrigo Santos, Beatriz Peixoto, Michele de Oliveira e Pakkatto.
Agradecimentos: Ao público, Ayres e toda equipe do SESC São Gonçalo, Cia Quarto de Teatro, a todos os artistas que se apresentaram, ao vereador Marlos pela presença com sua família e a todos que mesmo não tendo comparecido, vibraram energias positivas pr o sucesso do evento. Evoé!
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