sábado, 23 de janeiro de 2010

Festa pela Arte! 6 Anos de Taverna!

A Taverna de aniverário começou numa tarde em que a ameaça de chuva fez com que o evento não fosse realizado na areninha do SESC, sendo redirecionado para o varandão, onde sempre tem acontecido, porém sem perder a magia que a tarde prometia. O evento começou quando o sol ainda reinava forte no céu, e ao contrário das previsões, não choveu uma gota sequer, fazendo com que muita gente comparecesse ao SESC São Gonçalo para prestigiar o 6º aniversário do Uma Noite na Taverna.

Os poetas Romulo Narducci e Rodrigo Santos não recitaram, mas comandaram a festa que teve muita música com Mário Big Dog e sua banda, Na Sala do Sino e Expresso Lunar; poesia com Pakkatto, Eduardo H. Martins, Michele de Oliveira, Fabiano Silmes, Lara Douéts e Wellington de Sousa e ainda, uma apresentação teatral magnífica de Reynaldo Dutra da Cia Quarto de Teatro.

A primeira atração do final de tarde foi da banda Mário Big Dog, que embalou o evento com sua musicalidade que mistura MPB, Hip Hop e Pop Rock.

O cantor mostrou bastante do seu trabalho com uma atenção especial para o lançamento do seu primeiro disco "Vagabundo Iluminado", que fez questão de brindar a Taverna com suas canções.

Pakkatto, "o terceiro tavernista" ou "o trovador solitário", como é carinhosamente apelidado pelos poetas da Taverna, foi o primeiro a declamar os seus versos.
Pakkatto recitou sua bela e forte poesia com sua voz marcante e reverberante, dando início ao 1º bloco de poetas do evento.

A jovem e prodigiosa poeta Lisa Stér Cöy deu prosseguimento com suas poesias autorais, recitando novos textos e poemas de seu livro "Sonhos, Amores e Ilusões...".

A poeta cativou os presentes com sua poesia bem escrita e sua performance corajosa ao abandonar o púlpito e encarar o público de perto.

O poeta Eduardo H. Martins recitou os seus poemas autorais fortemente influenciados pela poesia Romântica de seus grandes mestres, como Fernando Pessoa, por exemplo.


Um dos pontos fortes de sua apresentação foi a poesia de sua autoria "Nenhuma Puta me Satisfaz", com uma marca diferenciada de seus outros trabalhos, com uma marcação mais beatnik.


A bela poeta Michelle de Oliveira encerrou o 1º bloco de apresentação poética com sua poesia de texto expressivo, suave e sensual.


Após Michelle de Oliveira, o teatro ganhou o seu espaço merecido no Uma Noite na Taverna com a Cia Quarto de Teatro.

O ator Reynaldo Dutra deu um espetáculo ao reviver a cantora Carmen Miranda, trazendo uma prévia da performance em que realizou no final do ano passado numa exposição que comemorava os 100 anos da artista.

O ator contou através de sua performance, de uma forma descontraída e interagindo diretamente com o público, a trajetória da cantora desde o Cassino da Urca até o seu estrelato nos EUA e sua morte prématura.

Vale dizer que o ator Reynaldo Dutra foi aplaudido de pé por toda a Taverna.

Já ao cair da noite, a banda carioca Na Sala do Sino retornou ao palco do Uma Noite na Taverna, depois de mais de um ano, para apresentar ao público suas músicas novas e os hits de seu CD demo "Barriga das Flores".


A banda lembrou os seus 3 anos de trajetória e da primeira apresentação que fez na carreira, sendo esta no Uma Noite na Taverna, em 2007.


A poeta Lara Douéts, como já era de se esperar, encantou o público com sua poesia performática e marcante, abrindo o 2º bloco poético do evento tavernista.



Terminando sua série, Lara abriu caminho para mais dois poetas, os veteranos tavernistas Fabiano Silmes e Wellington de Sousa.


O poeta Fabiano Silmes deu uma prévia da poesia que estará em seu primeiro livro, chamado "Comida para Bicho Cabeça", que será lançado brevemente no Uma Noite na Taverna.

O poeta expôs toda sua vertente moderna com versos dinâmicos e bem elaborados. A poesia de Silmes é simplesmente genial e também agradou bastante aos expectadores da Taverna.


Wellington de Sousa, poeta e artista plástico, um dos artistas mais veteranos da cena gonçalense, entrou no palco e tomou conta do Uma Noite na Taverna. Performático, como é de sua índole artística, recitou seus poemas irônicos e conquistou a platéia.


Assim como Pakkatto e Fabiano Silmes, Wellington de Sousa é um dos artistas que vem se apresentando na Taverna desde o seu primeiro ano.


A banda Expresso Lunar fez as honras do fechamento dos 6 anos do evento. Na terceira vez que se apresentou na Taverna a Expresso Lunar fez uma apresentação memorável.


A banda encantou com suas músicas de belos arranjos e letras inspiradoras interpretadas pelos vocais de Leandro Ribeiro e Mabruca. Assim, encerrou mais uma edição de Uma Noite na Taverna, 6 anos de um evento que de sonho tornou-se concretizado pelo comparecimento em peso do público, desempenho dos artistas que a ele se dedicam e pelo apoio do SESC São Gonçalo, que recebe ao evento de braços abertos com carinho paciência e dedicação.

Ao público que sempre comparece, a todos os artistas que fazem parte da história dessa árdua trajetória, ao SESC São Gonçalo e sua equipe maravilhosa (desde o pessoal da faxina, aos vigilantes da portaria e à diretoria, em especial ao nosso amigo Ayres Filho) nossos sinceros e eternos agradecimentos! Que venham mais 6! Evoé!

Fotos: Eduardo Henrique, Beatriz Peixoto e Rodrigo Santos.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Uma Noite na Taverna Especial de 6 anos!


Muita poesia, Rock, MPB e teatro nos 6 anos de Uma Noite na Taverna! Artistas de São Gonçalo, Niterói e Rio de Janeiro irão se reunir em mais uma celebração à arte para comemorarem o 6º aniversário do evento Uma Noite na Taverna.
O evento contará com a participação de alguns poetas que se apresentaram durante o ano de 2009 e ainda com três excelentes bandas que vêm participando da história da Taverna. São elas: a banda local Expresso Lunar, o niteroiense Mário Big Dog e a banda carioca Na Sala do Sino. O evento ainda contará com a performance teatral da Cia Quarto de Teatro.
Vale lembrar que o Uma Noite na Taverna acontecerá extraordinariamente num sábado, no dia 16 de janeiro, das 17 horas às 21 horas, com entrada franca e aberta a todos os públicos! Simplesmente IMPERDÍVEL!
Conheça um pouco das bandas que irão se apresentar:
EXPESSO LUNAR

Sobre Expresso Lunar:

"Imagine um homem enclausurando grande parte de sua vida em uma garagem. Imagine ainda um motivo para isso. Talvez...mas o seu era construir um foguete. Um foguete de lata para chegar à Lua. E para quê? Para conquistar seu universo pessoal. E, nessa viagem em busca de si e de seu próprio interior, só quem o acompanha é uma trilha sonora. Mas não qualquer som. Trata-se de um som multifacetado, que mistura diversos elementos, como violões, sopros, ruídos, cadências eletrônicas... Esse é o Expresso Lunar, que tem nessa fábula sua inspiração e ambientação. E, como música alternativa que é, extrai o que tem de melhor tanto da MPB quanto das tendências universais."

É assim que a banda Expresso Lunar se apresenta ao público. Com uma MPB refinada e bem arranjada e com letras poéticas, a banda de São Gonçalo formada por Leandro Ribeiro e Mabruca Carvalho (vocais), Kléber Murilo (baixo), Moysés Venturini (guitarra), Gabriel Gonçalves (teclado), Gil Mendes (bateria) e Mario Araújo (percussão), vem conquistando o público com o seu CD "Cicatriz e Tinta" lançado em 2008. A banda já se apresentou duas vezes no Uma Noite na Taverna e no dia 16, fará mais uma apresentação comemorando os 6 anos do evento com o público.

MÁRIO BIG DOG

Após sair de sua última banda de nome "O Contexto", formadas com os músicos Marcelo Lacerda e André Veiga, que fundia Rock com Hip Hop, e que durou 7 anos apresentando-se junto a artistas do mundo do Rap como Speed, Black Alien, Tigrão Big Tiger, Gabriel O Pensador, B Negão, Marcelo D2 e Don Negrone, Mário Big Dog resolveu seguir por uma carreira solo trilhando outros caminhos. Esta decisão o levou a se empenhar a melhorar a sua postura musical, paralelamente vindo a juntar-se ao grupo Facksom (grupo de samba-rock de Niterói) em 2008, e a partir daí, Mário Big Dog abusou da mimetização dos estilos musicais misturando Bossa Nova com Samba, Rock com Reggae. Após afastar-se do grupo, Big Dog começa a trabalhar no seu primeiro álbum intitulado de "Vagabundo Iluminado", gravado pela Tomba Records e produzido por Bruno Marcus e João Raphael Viana.

O disco de Mário Big Dog conta ainda com a participação Gilbert T na guitarra, Dedeco Veiga da banda Contexto na guitarra, Isaías Benedito da Farofa Carioca no trompete, Felipe Ramos na bateria e percussão, Robson K da Faksom nos backing vocals e Rafael da Sagrada Família no piano.

MÁRIO BIG DOG LANÇA "VAGABUNDO ILUMINADO" na TAVERNA

Já tendo dividido o palco com várias feras da música atual, Mário Big Dog, com seu jeito irreverente vem conquistatndo amigos e fãs em sua longa caminhada na música. E é com um grande prazer que o evento Uma Noite na Taverna recebe mais uma vez esse artista no lançamento de seu primeiro trabalho, o disco "Vagabundo Iluminado". Vale a pena conferir.

NA SALA DO SINO

Formada por Xisto da Cunha (guitarra e vocal), Joanes de Jesus (vocal e violão), Pablo Lisboa (teclados), Azulay (bateria e vocal), Maurício Qpin (baixo) e Pirulito (percussão), músicos e poetas do Rio, a banda Na Sala do Sino vem conquistando um espaço merecido no meio musical carioca, já tendo extendido vôos para outros estados apresentando o seu belíssimo trabalho, tendo se apresentado em festivais como o Aldeia Rock Festival, na TV Brasil, no Circo Voador, na Semana Cultural de Santa Tereza, entre outros.

A banda possui uma manifestação poética e autoral atuante no cenário carioca, que se apropria de diversas linguagens artísticas; e tendo a música como bases, dividiram-se em duas vertentes primordiais: a poesia de rua e a canção popular. Associando ritmos brasileiros com timbres do rock clássico, a banda Na Sala do Sino vem com uma proposta popular em muitos sentidos: desde sua concepção melódica e literária simples – que facilita a interação de diversos públicos –, até sua influência de elementos regionais, que incitam o swing e a dança como formas de expressão do público.

O show da banda caminha por um dos principais gêneros brasileiros – o baião – que mistura-se ao rock e ao blues. É perceptível na musicalidade da banda a presença de referências como Luiz Gonzaga e Pena Branca e seus desdobramentos – Gilberto Gil, Raul Seixas, Alceu Valença, Renato Teixeira –, fundidos ao triunfo da cultura popSex Pistols, Beatles e The Doors. Em 2008, Na Sala do Sino lançou o seu CD Demo "Barriga das Flores", sendo muito bem recebido por crítica e público.

Alguns integrantes da banda realizam um trabalho paralelo nos ônibus circulares do Rio de Janeiro, onde apresentam músicas e poemas. Cria-se então uma nova forma de interação cultural, onde o valor está no intercâmbio direto com pessoas de classes e faixas etárias distintas, fomentando o imaginário popular.

A banda Na Sala do Sino já tocou duas vezes no Uma Noite na Taverna, inclusive sua estréia veio a acontecer no evento no ano de 2007, o que vem a ser um dos maiores orgulhos da Taverna. No dia 16 eles estão de volta, embalando público e tavernistas no 6º aniversário do evento.

Sites*: Ouça o que vai rolar!!!

http://www.myspace.com/expressolunar

http://www.myspace.com/MARIOBIGDOGG

http://www.myspace.com/nasaladosino

*Matérias pesquisadas nos sites das bandas.

sábado, 9 de janeiro de 2010

6 Anos de Arte!

Rodrigo Santos e Romulo Narducci, há 6 anos atrás na Taverna de abril de 2004, no restaurante do SESC São Gonçalo.


São 6 anos! Em 2004, quando surgiu o Uma Noite na Taverna, nas palavras do próprio Reinaldo Baso (artista e agitador cultural de São Gonçalo) não acontecia um evento de poesia há pelo menos uns 10 anos na cidade. E quando começaram, Rodrigo Santos e Romulo Narducci ouviram muitas coisas do tipo “vocês são malucos, evento de poesia em São Gonçalo?” Bem, hoje quem disse esse petardo negativista já teve a resposta merecida, na verdade, desde a primeira edição.
As dificuldades de realizar um evento, não só de poesia, mas de todas as vertentes da arte, foram várias: falta de apoio, descrédito por conta dos dois poetas não serem conhecidos no meio, desunião da classe artística na cidade, entre tantos outros. Mas, mesmo contra essa correnteza, imbuídos de uma fome incomensurável pela arte, como já diz o próprio Manifesto da Taverna, os poetas decidiram “levantar os cornos para fora e acima da manada”. Se ser artista já é um ato hercúleo em nosso país, ser organizador de um evento artístico então é ser um alvo fácil dos atiradores. Porém, a conquista do público, um público que não só fiel, mas um público que mostra que também tem fome de arte, foi um fator importante para o sucesso do evento.
Acreditando que arte não é só para os iniciados, os poetas resolveram lançar ao público a poesia de artistas consagrados sem a preocupação acadêmica de ter que dar uma determinada explicação sobre as obras recitadas ou até subestimar a inteligência desse público, enxugando obras ou tentando fazê-las parecer “mais fácil” de um entendimento mais “mastigável”. Não, o público da Taverna nunca foi subestimado e sempre compreendeu cada poesia, até mesmo pelo fato de que arte é alma! E almas se comunicam perfeitamente.
A proposta sempre foi de homenagear um poeta consagrado ou um evento literário para mostrar a obra de cada artista que teve sua importância histórica para a cultura, fugindo do academicismo e enfocando a vertente artística de cada obra. Em contrapartida, poetas contemporâneos, muitas vezes debutantes, vêm mostrando suas obras autorais. Isso se fez uma fórmula perfeita, a união do novo, da nova poesia que é produzida e do velho, das obras consagradas que muitas vezes vêm a influenciar esse novo que é desvelado diante dos olhos e ouvidos do público tavernista. E claro, além de poesia porquê não ceder espaço para todas as outras vertentes da arte? Foi assim que o Uma Noite na Taverna conseguiu criar a sua fórmula e vem galgando ano após ano o seu pedacinho na história da cultura e da arte de nossa cidade... e por que não de nosso país?

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

História do Uma Noite na Taverna - Parte I: Gênese Tavernista.

O evento Uma Noite na Taverna aconteceu pela primeira vez no dia 16 de janeiro de 2004, no restaurante do SESC de São Gonçalo. Mas o ano de 2003 serviu para sedimentar o que viria a se tornar um dos maiores, ou senão o maior, eventos de poesia de São Gonçalo. Em maio de 2003, mais precisamente no dia 09, o poeta Romulo Narducci subia ao palco do teatro do mesmo SESC acompanhado do violinista André Cipolla para apresentar pela primeira vez a um tímido público de mais ou menos 50 pessoas a sua poesia autoral através de seu recital litero-mucical e teatral Dissolvendo Sombras.



Narducci num momento do Dissolvendo Sombras.

O violinista André Cipolla deu um tom sombrio no recital.


Em junho do mesmo ano era a vez do Bardo Rodrigo Santos debutar para a arte. Após deixar a Marinha para investir no sonho de ser professor, o poeta lançou o seu primeiro livro de poesia "Máscaras Sobre Rostos Descarnados" na Faculdade Universo de São Gonçalo. A obra de Rodrigo Santos traz uma influência marcante do Mal do Século, tendo bebido o bardo gonçalense dos haustos áureos de seus mestres Álvares de Azevedo, Fernando Pessoa e Florbela Espanca. A capa de sua obra vem estampada uma foto de sua autoria tirada no Cemitério do Maruí, em Niterói, do arcanjo Miguel ostentando um escudo defensivamente em um braço e uma espada quebrada em outra mão. Segundo Rodrigo Santos, esse é o estado do poeta em seu meio, que sem armas para lutar, cabe a este apenas defender-se do mundo.




Pouco antes do lançamento do livro de Rodrigo Santos, os poetas vieram a se conhecer por acaso num show tributo a banda The Doors no Bar do Blues, em São Gonçalo. O poeta Romulo Narducci distribuía o seu zine de poesia "Espinhos" quando foi abordado pelo bardo Rodrigo Santos que também identificou-se como poeta. Porém, com os ânimos exaltados pela boemia os dois acabaram por não trocar contatos, mas um fato curioso do destino foi que ambos tinham amigos em comum, o que veio a incidir num novo encontro e enfim começar uma grande amizade.

Os dois poetas passaram a frequentar o mesmo ciclo de amizades e assim demonstaram uma fome voraz em comum, a de apresentar os seus trabalhos ao público. Conversavam sobre o fato de que algo deveria ser feito naquela cidade que nada acontecia em relação a poesia na época, mas a dificuldade de como levar suas obras ao público ou de achar um local para que isso fosse feito era um empecilho para os dois artistas.

Porém, em novembro de 2003, o universo conspirou a favor dos poetas sonhadores. O SESC São Gonçalo, devido a repercussão do "Dissolvendo Sombras", entrou em contato com o poeta Romulo Narducci oferecendo um espaço para que fosse realizado algum projeto que envolvesse poesia. Romulo não perdeu tempo, ligou imediatamente para o amigo Rodrigo e disse que já tinham o lugar para realizar o tão sonhado projeto, o evento chamou-se de imediato Uma Noite na Taverna, numa alusão à obra do grande poeta Álvares de Azevedo. Dessa forma, os jovens poetas transcederam o papo de bar e puseram mãos à obra para a organização do que seria a primeira edição da Taverna. Apesar da correria e dos poucos recursos, pois no início o SESC só oferecia o espaço, tudo fluiu bem. O primeiro cartaz de divulgação foi impresso num computador por Ricardo de Sousa, irmão de Rodrigo Santos, e o som para a realização do evento foi emprestado pela banda Camarilla. Tudo estava ajustado para a estréia, que foi marcada para o dia 16 de janeiro de 2004.

Uma semana antes da grande estréia, num domingo, a organização definitiva do evento aconteceu numa reunião regada a uísque Ballantines, cachaça curtida em passas e cantoria até altas horas da madrugada, no apartamento onde o bardo Rodrigo Santos morava com seu irmão, num prédio do Mutondo, em São Gonçalo. Tudo se deu enquanto os dois poetas organizavam a ordem das apresentações, quando chegou Pakkatto, com um violão e uma garrafa de uísque debaixo dos braços. Pakkatto seria o primeiro músico a tocar no evento, surpreendendo com suas músicas autorais.

A GRANDE ESTRÉIA


O ineditismo marcou. Foi magia pura. O clássico frio na barriga tomou conta de Rodrigo e Romulo. Dias antes ouviram que eram loucos em tentar fazer um evento de poesia em São Gonçalo, mas não desistiram, era preciso seguir em frente e seguiram. Carregaram caixa de som nas costas, chegaram cedo para ornametarem o ambiente, transformando o restaurante do SESC numa verdadeira taverna com iluminação de velas e vinho (que antes só era servido aos artistas que se apresentavam) e receberam os primeiros artistas convidados que iriam dar o chute inicial no projeto. Foram eles: os poetas do grupo Os Infames (Rod Britto, Guila Sarmento e Xisto da Cunha), Fábio Mucci e Antonio Tolissano, as atrizes Marcela Rosa e Olívia Zisman, o trovador Pakkatto e o artista plástico Moisés de Oliveira.

O público foi chegando aos poucos para o alívio dos poetas residentes e para a surpresa dos mesmos encheu o restaurante do SESC, fazendo da primeira edição do Uma Noite na Taverna pura magia. O público presente ficou atento a cada detalhe, ouviu em silêncio cada poeta e aplaudiu, aplaudiu bastante cada performance. Na primeira edição os poetas Rodrigo Santos e Romulo Narducci recitaram poemas de seus grandes mestres. O público ouviu clássicos como "Poema em Linha Reta" de Álvaro de Campos (pseudônimo de Fernando Pessoa), "O Albatroz" de Charles Baudelaire, "Canção da Torre mais Alta" de Arthur Rimbaud, "Lembrança de Morrer" de Álvares de Azevedo, entre outros. Com a alma lavada, Rodrigo Santos e Romulo Narducci já começaram a preparar a segunda edição.