terça-feira, 5 de julho de 2011

Os Tavernistas e o Café Paris - Reinauguração da Biblioteca Municipal de Niterói

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Dia 05/07/2011, foi reinaugurada a Biblioteca Municipal de Niterói. O prédio ganhou novas disposições, livros novos, tecnologia de ponta, um local digno para que todos nós possamos frequentar e expadir nossos conhecimentos. Sim, um local onde podemos chamar de casa e fugir da correria do dia-a-dia, mergulhando no mundo da literatura. E tamanha honra tivemos de estarmos participando desse marco.



Quando no último Uma Noite na Taverna recebemos o convite do editor Erthal, da editora niteroiense Nitpress, de fazermos uma performance poética representando o Café Paris (roda de leitura de Niterói da década de 20), não pensamos duas vezes e aceitamos o desafio.


O texto consistia em fazermos uma rápida representação, com poesia e uma narrativa do nosso amigo Erthal, sobre o que era o Café Paris: roda de intelectuais e boêmios da cidade de Niterói, com a direção artística de Guti Fraga (do Nós do Morro), que se mostrou generoso e paciente com a trupe tavernista.

Os tavernistas Rodrigo Santos, Pakkatto, Janaína da Cunha e Romulo Narducci, caracterizados como membros do Café Paris.


A imprensa e representantes políticos como o prefeito de Niterói Jorge Roberto Silveira e vários secretários do governos municipal e estadual, estavam presentes. Alguns professores da rede municipal de Niterói também levaram seus alunos. Toda solenidade começou com a apresentação da performance poética Café Paris, com os poetas tavernistas.



Guti Fraga foi o mestre de cerimônias e deu as boas vindas a todos os presentes.






Os tavernistas ao lado de Erthal contaram uma breve história do que fora o importante movimento da roda de leitura Café Paris, de Niterói.

"Niterói, anos 10, 20 e 30 do século passado. No número 417 da rua Visconde do Rio Branco, em frente às barcas, funcionava o Café Paris, ponto de encontro de uma das mais importantes rodas literárias do Estado do Rio de janeiro. Das mesas do bar surgiam versos escritos em papéis de cigarros ou folhas arrancadas de cadernos. Eram sonetos satíricos, trovas irreverentes, poesias que, em geral, caracterizavam os personagens daquele tempo romântico. (...)"



"O grupo realizava rituais de iniciação nas praças e praias da cidade e, não contentes apenas em desenhar a caricatura em versos de anônimos e personagens da sociedade fluminense, viviam traçando os perfis um dos outros..."







"Se Deodoro soubesses que existias
nessa figura intensa de burguês,
certo te avassalava as dinastias
e não serias um Brasil dos reis.
(...)
E nunca mais nas mesas do Paris
num verso, enfim, de colaboração,
poderias meter o teu nariz.
E então, Brasil dos Reis ou das Rainhas
de rei tu descerias a barão
e a tua musa andava de gatinhas..."
(Lili Leitão)





"Quando o Café Paris fechava as portas, por volta de uma hora da manhã, os poetas saíam em procissão boêmia em direção ao restaurante Lido, em São Francisco, que ficava aberto até mais tarde. Era o chamado "cenáculo ambulante", que se tornaria mais tarde no Cenáculo Fluminense de História e Letras. Olavo Bastos, um dos bambas do Café Paris, iria fundar, com outros companheiros, a Academia Fluminense de Letras."





"E os boêmios de almas quase que infantis,
vão debandando na alta madrugada...
E dorme nas sombras o Café Paris."
(Benjamim Costa)


Agradecimentos: Erthal e Márcia (Nitpress), Glória (Bibioteca Municipal de Niterói), Nicolau e Guti Fraga ( http://www.nosdomorro.com.br/ )
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