terça-feira, 29 de junho de 2010

Uma Noite na Taverna com a poesia de Vinícius de Moraes (30 anos sem o poetinha)

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No dia 09 de julho, exatamente no dia em que faz 30 anos de morte de um dos maiores poetas de nossa história, o nosso evento Uma Noite na Taverna, mais uma vez, homenageará o incomparável Vinícius de Moraes.
É a terceira edição da Taverna em homenagem a Vinícius, que fora também o primeiro poeta consagrado homenageado pelo evento, em fevereiro de 2004. No ano passado a homenagem aconteceu no dia 13 de fevereiro. Assim, Vinícius de Moraes torna-se o poeta mais homenageado pelo Uma Noite na Taverna. Como podem ver, ele sempre volta! Parece que o Poetinha gostou mesmo do clima boêmio do evento.
O Uma Noite na Taverna estará muito especial, pois será agraciado mais uma vez por diversas vertentes da arte com uma seletiva de excelentes artistas. Os poetas residentes e idealizadores do evento, Rodrigo Santos e Romulo Narducci, homenegearão Vinícius de Moraes com leituras de vários poemas do artista.
O evento ainda conta com a participação do trovador tavernista Pakkatto que recitará seus trabalhos próprios; com a performance poética "Vermelho-sangue" da poeta e atriz Suzanne Morais; com a música da badalada banda Gilbert T, que se apresentará pela segunda vez no evento e estará lançando o seu CD "Eu Não Vou Morrer Hoje"; com a esquete teatral "E por Falar em Pierrot", de Gabriela Slovick, direção de Sérgio Santal, produção de Carolina Dias, com os atores Tiago Atzevedo e Andréa Bernadete; e ainda com a exposição "Namorados" da artista plástica e poeta Bianca Tupinambá.
BIOGRAFIA

Nascido em 19 de outubro de 1913 como Marcus Vinícius de Mello da Cruz Moraes, no Rio de Janeiro, Vinícius de Moraes viria a ser um dos maiores artistas brasileiros que o mundo já conhecera. Filho de uma família amante das letras e da música, Vinícius seguiu por opção as duas vocações. Ainda no colégio e no período da faculdade de Direito, na qual formou-se em 1933 - porém nunca exercera a profissão de advogado -, escrevera escrevera letras para os foxtrotes "Loura ou Morena" (com Haroldo Tapajós) e "Dor de Uma Saudade" (com José Medina) e a valsa "Canção para Alguém" (com Haroldo Tapajós).
Nessa época, também publica seu primeiro livro de poesia "O Caminho Para a Distância", considerado imaturo pelo próprio poeta. Tornou-se amigo de Oswald de Andrade, Manoel Bandeira e Mário de Andrade, porém afirmava que sua maior influência poética ainda era o seu pai, Clodoaldo da Silva Pereira Moraes, que o próprio Vinícius dizia ser um poeta pós-parnasiano com um pé no Simbolismo.
Recebeu o "Prêmio Felipe D'Oliveira" pelo livro "Forma e Exegese", em 1935. No ano seguinte, lançou o livro "Ariana, a Mulher", quando obteve o emprego de censor cinematográfico junto ao Ministério da Educação e Saúde. Dois anos depois, Vinícius de Moraes ganhou uma bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesa na Universidade de Oxford, onde conheceu as obras de Shelley, Keats, Yeats, Coleridge e Shakespeare.

Em 1941, por causa da 2ª Guerra Mundial retornou ao Brasil e empregou-se como crítico de cinema no jornal "A Manhã" e colaborou com suplementos literários em jornais e revistas. Mas como isso não rendia nem para o uísque, como o próprio dizia, empregou-se no Instituto dos Bancários e começou a estudar para o Itamaraty. Nessa época, seus versos eram marcados por uma linguagem mais simples, sensual e, carregados de temas sociais. Em 1943, publicou o livro "Cinco Elegias", que marcou esta nova fase, e "Poemas, Sonetos e Baladas", em 1946 - obra ilustrada com 22 desenhos de Carlos Leão.

Aprovado no concurso, após estagiar com João de Cabral de Melo Neto, em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles. Com a morte de seu pai, em 1950, Vinícius de Moraes retornou ao Brasil. Nos anos 50, Vinícius atuou no campo diplomático em Paris e em Roma, onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda.

Além, da carreira diplomática, de onde atuou até o final de 1968, Vinícius começou a se tornar prestigiado com sua peça de teatro "Orfeu da Conceição", obra de 1954. Além da diplomacia, do teatro e dos vários livros publicados, sua carreira musical começou a deslanchar em meados da década de 1950 - época em que conheceu um jovem pianista, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, Tom Jobim, que na época tinha 29 anos e vivia da venda de músicas e arranjos nos inferninhos de Copacabana -, quando diversas de suas composições foram gravadas por inúmeros artistas, ajudando a dar explosão a partir de 1958 em um dos maiores movimentos da música brasileira, a Bossa Nova.



Vinícius e Tom Jobim

Na década seguinte, Vinícius de Moraes viveu um período áureo na MPB, no qual foram gravadas cerca de 60 composições de sua autoria. Foram firmadas parcerias com compositores como Baden Powell, Carlos Lyra e Francis Hime. Em 1964, após voltar novamente de missão diplomática ao Brasil, logo se apresentou na boate "Zum-zum", ao lado de Dorival Caymmi, Quarteto em Cy e o conjunto de Oscar Castro Neves. O concerto teve repercussão no meio artístico, sendo lançado o LP pelo selo Elenco, contendo composições como "Bom Dia, Amigo" (parceria com Baden Powell), "Carta ao Tom", "Dia da Criação" e "Minha Namorada" (parcerias com Carlos Lyra), e "Adalgiza", "... Das Rosas" "História de Pescadores" e "Saudades da Bahia" (parcerias com Dorival Caymmi).


Durante 1968, Vinícius de Moares participou de shows em Lisboa, na companhia de Chico Buarque e Nara Leão. Também naquele ano, a convite do crítico Ricardo Cravo Albin, Vinícius prestou histórico depoimento para o Museu da Imagem e do Som (de onde era membro do Conselho Superior de MPB). Mas foi também no ano de 1968 que marcou o fim da carreira diplomática de Vinícius de Moraes. Após 26 anos de serviços prestados ao MRE, Vinícius foi aposentado pelo Ato Institucional 5, fato que o magoou profundamente. No dia em que o ato era editado, Vinícius encontrava-se em Portugal onde realizava um concerto. Após este espetáculo. estudantes salazaristas estavam aglomerados na porta do teatro para protestar contra o poeta. Avisado disto e aconselhado a se retirar pelos fundos do teatro, o Poetinha preferiu enfrentar os protestos e, parando diante dos manifestantes começou a declamar "Poética I" (De manhã escureço / De dia tardo / De tarde anoiteço / De amor ardo). Então, um dos jovens retirou a capa de seu traje acadêmico e a colocou no chão para que Vinícius pudesse passar sobre ela - ato imitado pelos outros estudantes e que, em Portugal, é uma forma tradicional de homenagem acadêmica.

Vinícius, Marieta Severo e Chico Buarque

Em 1969, iniciou suas primeiras composições com um novo parceiro, o violonista Toquinho. Desta parceria, vieram os clássicos como "Como Dizia o Poeta", "Tarde em Itapoã" e "Testamento". Em 1970, Vinícius se apresentou na casa de espetáculo carioca Canecão, com o parceiro Tom Jobim, com o violonista Toquinho e a cantora Miúcha. O show, que relembrou a trajetória do poeta ficou quase um ano em cartaz devido ao grande sucesso obtido. Outra apresentação marcante de Vinícius de Moraes, ao lado de Toquinho e da cantora Maria Creuza, foi em Buenos Aires, na boate La Fusa. O antológico concerto resultaria no LP ao vivo "Vinícius En La Fusa", uma das mais belas jóias guardadas ao vivo da música brasileira. Durante essa década Vinícius seguiu lançando álbuns e livros de grande sucesso.


Toquinho e Vinícius


Vinícius e Os Cariocas


Tom Jobim, Vinícius, Ronaldo Boscoli, Roberto Menescal e Carlos Lyra.

Há exatos 30 anos, na madrugada de 9 de julho de 1980, Vinícius de Moraes começou a passar mal na banheira da casa onde morava na Gávea, vindo a falecer depois. O poeta passou o dia anterior com o parceiro e amigo Toquinho, com quem planejava os últimos detalhes do volume 2 do álbum "Arca de Noé". Em 1981, este LP foi lançado.

BIBLIOGRAFIA



- O Caminho Para a Distância (1933);

- Forma e Exegese (1935);

- Ariana, a Mulher (1936);

- Novos Poemas (1938);

- Cinco Elegias (1943);

- Poemas, Sonetos e Baladas (1946);

- Pátria Minha (1949);

- Antologia Poética (1954);

- Livro de Sonetos (1957);

- Novos Poemas (II) (1959);

- Para Viver Um Grande Amor (1962);

- A Arca de Noé (Poemas Infantis) (1970);

- Poesia Completa e Prosa (1998).


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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Evento: Uma Taverna memorável!

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"Uma Taverna como há muito tempo não acontecia!" Foi o comentário do poeta e artista plástico Welington de Sousa ao final do evento que aconteceu em homenagem à poeta Cecília Meireles. Um time de artistas de peso agitaram a noite no SESC São Gonçalo, que mergulhou no clima atmosférico do Uma Noite na Taverna. O evento iniciou com a homenagem do poeta Rodrigo Santos à Cecília Meireles, que recitou poemas da homenageada pouco conhecidos do grande público.

Após o bardo tavernista, o poeta e ator André Santana falou do seu livro de poesia Fina Flor e recitou seus poemas autorais, como sempre de um jeito bastante performático.


Após a sua apresentação, André Santana autografou o seu primeiro livro de poesia, que era lançado especialmente naquela noite.

O poeta Romulo Narducci chegou da apresentação da peça O Pior de Mim Mesma, em que participou no teatro do SESC, ao lado de onde acontecia a Taverna, e assumiu o seu posto de poeta residente nas homenagens à Cecília Meireles.

Lara Douétts foi a próxima a se apresentar. A poeta Joaninha apresentou uma performance poética com o poema Pingüins de Rodrigo Santos. A poetinha deu um show, sendo muito aplaudida pelo público.



A bela e talentosa poeta Larissa Mitrof que já vem se apresentando desde 2008 na Taverna foi a seguinte a mostrar ao público a sua poesia. A poeta recitou seus poemas de um jeito despojado e com uma certa picância trazida à tona pelo calor de seus versos.


Welington de Sousa entrou em cena mais introspectivo, com uma poesia mais densa e compassada, um pouco diferente do que costuma apresentar. Mas tal surpresa fora bastante agradável, é sempre bom ouví-lo recitar, Welington é um dos artistas militantes de São Gonçalo mais antigos na cena.



A parte dos artistas convidados foi encerrada com a peformance de outra veterana da arte de São Gonçalo: Suani Armond. Suani levou para a Taverna a sua performance O Guerreiro Solar, trecho de seu livro autoral. Com o domínio da cena, foi muito aplaudida pelo público.

André Santana retornou ao palco e cantou um Rap com sua amiga falando de paz.


Encerrando mais uma Noite na Taverna, os poetas residentes Rodrigo Santos e Romulo Narducci apresentaram os seus poemas próprios. Destaque especial para o bardo Rodrigo que recitou de forma memorável a sua poesia autoral que trouxe carregada de sinismo e ironia. Romulo Narducci se deteve em apresentar sua poesia erótica, relembrando muitos poemas de seu livro Orações Licenciosas.



Foi realmente, como já dito antes, uma noite memorável! Um evento que foi sem dúvidas instrumento de celebração à arte!

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Agradecimentos: Primeiramente ao público que compareceu fazendo a beleza da Taverna (sem vocês não há Taverna), aos amigos da M & C Fotografias e do Blog do Lerê (mais uma vez obrigado pelas fotos e pela presença), Ayres Filho e equipe SESC (time de ouro é esse!) e à atriz, escritora e diretora teatral Eliene Narducci por ter comparecido a mais um evento, para nos prestigiar.

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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Lara Douétts: A joaninha tavernista apresentará poesia e performance

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Lara Douétts, também conhecida por Lara Joaninha, é um talento precoce da poesia. Começou a escrever com apenas 12 anos influenciada por Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Manoel de Barros, e com o tempo alguns outros artistas passaram a exercer influenciara em seus escritos, como Chico Buarque e Elisa Lucinda.
"A primeira vez que tivecoragem de recitar meus poemas foi na Taverna, e desde então a Taverna virou oponto de equilíbrio onde consigo perceber a reação do público diante das minhaspoesias, recitei em alguns poucos outros lugares, participei de um concurso depoesias, ganhando duas categorias: melhor intérprete e poesia", diz a prodigiosa poeta que atualmente é graduanda em Geografia, pela UERJ - Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Lara tem um estilo performático e visceral de recitar os seus textos, que muitas vezes surpreende o público, pois quem a vê, graciosa e meiga, não imagina o impacto que sua poesia pode causar.

Lara Douétts, além de seus poemas autorais promete uma performance com uma poesia do bardo tavernista Rodrigo Santos... Surpresa!

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Artes Plásticas: Patty Silva e seu universo multicolorido.

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Pela primeira vez, o Uma Noite na Taverna recebe a exposição da excelente artista plástica carioca Patty Silva. Patty é uma artista plástica contemporânea de muito talento, incansável e batalhadora, reconhecida internacionalmente. Já expôs suas obras em diversas galerias no Brasil, como também na Itália e Portugal.
Confiram algumas de suas belíssimas obras:

O Pequeno Príncipe



Noite dos Pássaros


Castelo Medieval


Mundo África

O seu estilo próprio e inconfundível, busca sempre o equilíbrio entre as formas e as cores. Autodidata, Patty Silva faz fusão entre pontilhismo, figurativo, abstrato e surrealismo.

A artista plástica estará expondo na Taverna de hoje algumas de suas obras a partir das 19 horas em ponto. Vale a pena conhecer tão belo trabalho.

Visitem o Blog de Patty Silva:

http://pattysilva89.blogspot.com/

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quinta-feira, 10 de junho de 2010

Taverna será marcada por performances e mais um lançamento de livro!

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Hoje, a partir das 19 horas o evento estará repleto de grandes artistas de nossa cidade. Excelentes poetas estarão marcando sua presença, o poeta André Santana estará lançando o seu primeiro livro de poesia, chamado Fina Flor (R$ 20,00). André Santana falará de sua obra e recitará poemas de sua autoria. Uma de suas maoires características são suas performances, André Santana está sempre surpreendendo o público com suas intrepretações.

André Santana recitando sua peça Minha Samba-Canção no Uma Noite na Taverna, em 2005 (Restaurante do SESC São Gonçalo).

Suani Armond é atriz, diretora teatral, poeta e agitadora cultural. A artista estará apresentando sua performance poética chamada O Guerreiro Solar, baseada no seu livro de poesia. Suani é uma artista atuante e incansável na cena de São Gonçalo e Niterói. Já produziu e apresentou diversos eventos nessas cidades e dirigiu várias peças de teatro. Também já se apresentou no Uma Noite na Taverna diversas vezes tanto como poeta, como atriz.

Suani Armond recitando na Taverna em 2007, no Lavourão.

É certo que essa Taverna, como há um bom tempo já não acontecia, será focada totalmente em poesia, mas em nada perderá o evento, pois a seletiva de artistas que se apresentarão nessa noite de sexta-feira prometem dar conta do recado. IMPERDÍVEL!

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A Poesia de Larissa Mitrof

.A bela e jovem poeta Larissa Mitrof vem se apresentando no evento Uma Noite na Taverna desde o ano de 2007, quando estreou recitando sua poesia. O evento acontecia em sua quarta temporada, no Centro Cultural Joaquim Lavoura (Lavourão), em São Gonçalo. Desde então, a poeta se apresentou em vários lugares como o SESC de Niterói e a UFF - Universidade Federal Fluminense, militando também no teatro. O seu primeiro livro está em fase de concepção e esperamos ansiosamente por seu lançamento. A poeta Larissa Mitrof retorna à Taverna nessa sexta-feira, 11/06, depois de pouco mais de um ano para encantar e fazer o público refletir com sua poesia inteligente e forte, porém sem perder a sensibilidade.
LARISSA MITROF POR ELA MESMA
"Sou um pouco de tudo, o sentimentalismo e a sinceridade são minhas maiores características, por isso aos 11 anos descobri uma facilidade em expor tudo o que eu sentia e pensava no papel. Sempre cercada de música me apeguei às rimas e a sensibilidade de se expressar com vocabulário simples, porém repletas de situações cotidianas, o que acredito eu, aproximam mais o leitor da literatura. Mas tarde comecei a criar uma visão critica do mundo e isso refletiu em muitas das minhas poesias.
O que escrevo são traços do que vejo e do que penso a respeito de certos assuntos e não escrever ou falar algo que penso é uma tortura para mim, logo nunca parei de escrever.
Meu primeiro recital foi em Uma Noite na Taverna, o ano eu não sei dizer, mas devem fazer uns 4 anos ou mais! Depois disso recitei em eventos no Sesc Niterói, na UFF e claro, sempre voltando à Taverna.
Ganhei menção honrosa no Prêmio UFF de Literatura em 2008, único concurso que participei, com o único conto que escrevi.
Estou preparando meu livro com poesias selecionadas, que em breve estará ao alcance de todos.
Faço parte também do grupo teatral Recontando Conto, da Casa Maria de Magdala, uma instituição que acolhe crianças portadoras do HIV, é um trabalho voluntário que me fez poder ser útil usando meu talento como atriz.
A arte da dramaturgia e da poesia são completas ao meu ver, pois são abrangentes e tornam muitas vezes mais humano aquele que a produz e aquele que se utiliza dela seja para aprender algo, refletir ou simplesmente para se distrair. A arte é capaz de transformar pessoas e formá-las de uma forma prazerosa."
Crie sua história
Sinta-se a vontade para ser feliz
Para viver cada minuto da tua vida
Para fazer de cada um de seus dias
Uma página em branco de um livro de aventuras...

Sinta-se bem para falar
Sinta-se livre para ouvir
Seja mais feliz que ontem
Siga em frente quando preferir
Deixe para depois o que te faz mal

Não pule nenhuma época da tua vida
Lembre-se de que cada página do livro
É única
E depois que se passa
Ela não volta atrás!

Sinta-se a vontade para fazer da tua vida
Um livro aberto
Crie na tua felicidade
Expectativas...
Leve alegria para aqueles que estão do teu lado

Não tenha medo de sofrer
E sinta-se confortável para chorar
E quando for preciso
Sofra muito para depois poder contar
E se lembrar do quanto foi forte de conseguir superar.
Desconhecido
No silencio da sua face junto a minha
No calor do meu corpo que puxava o seu
Encontrei a resposta que eu queria
Mais que perfeito quando o beijo nasceu...

Melhor ainda por não ser esperado
Mais verdadeiro por não ter sido marcado
E simplesmente apaixonante

De todas as horas,
Guardo como retrato em minha memória
Teu sorriso provocado por mim,
Aquelas horas que
Num piscar de olhos
Transformaram noite em madrugada
E por fim...
Na manhã florescida de você e de mim.

E dos sorrisos que provoquei em ti,
Sentirei saudades também
Do bem que me fez sentir
Estando ao meu lado
Recostada em teu braço...

Será isso algo pensado?
Seremos nós alucinados?
Se no frio da pele alheia
Deitarmos e nos tornarmos um só!
Contemplando os olhares...

Sentindo a saliva na boca mordida
De vontade...
De estar junto
De suarmos perante nosso calor...
Provocado pelo sentimento que invade
E que inconscientemente
Permitimos que nos levasse
Para onde o desejo quisesse...
Então aconteceu.
Poeta
Um pouco depois que o poeta começa a escrever
Ele pensa naquilo que o motivou a pegar papel e caneta
Sendo assim
Na maioria das vezes
O poeta chora com os dedos
A tinta da caneta que mancha
A folha branca virgem de idéias
São suas lágrimas...
E a cada pausa
A cada estrofe
O verso fica mais pesado.
E cada palavra...
Mais condensada de sentimento
O rosto do poeta se mantém inexpressivo
E seus olhos
Quase sem piscar
Projetam na folha quase sem cor
Tudo o que aconteceu
Revelando ao poeta seu verdadeiro motivo
De escrever sua dor.

Visitem o blog da poeta:

http://larissamitrof.blogspot.com/

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quinta-feira, 3 de junho de 2010

Uma Noite na Taverna com a poesia de Cecília Meireles

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No dia 11 de junho, a partir das 19 horas, no SESC São Gonçalo, o evento Uma Noite na Taverna reedita a homenagem a uma das maiores poetas de nossa literatura: Cecília Meireles. A poeta já fora homenageada pelo evento, ainda em sua primeira temporada, no mês de março de 2004. Os poetas tavernistas, além de homenagearem a poeta Cecília Meireles, receberão ainda os poetas convidados Welington de Sousa, Larissa Mitrof, Lara Douéts, André Santana (lançando o seu livro de poesia "Fina Flor") e Suani Armond (com a performance poética "O Guerreiro Solar"). Ainda haverá a exposição de artes plásticas de Patty Silva. Vale lembrar que o evento tem entrada franca e aberta a todos os públicos.

Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, no Rio de Janeiro. Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal. Cecília foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O seu pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando esta ainda não tinha três anos. Assim, Cecília Meireles passou a ser criada sua avó portuguesa, D. Jacinta Garcia Benevidespor.

Cecília Meireles apesar de tudo era prodigiosa e dedicada aos estudos. Começou a escrever poesia com apenas nove anos de idade. Quando concluiu os seus primeiros estudos — curso primário — em 1910, na Escola Estácio de Sá, recebeu de Olavo Bilac, Inspetor Escolar do Rio de Janeiro, a medalha de ouro por ter concluído todo o curso com "distinção e louvor". Em 1917, diplomou-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, passando a exercer o magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal, quando estudou literatura, música, folclore e teoria educacional. Dois anos depois, em 1919, publicou seu primeiro livro de poesias, "Espectro" (um conjunto de sonetos simbolistas), embora vivesse sob a influência do Modernismo, apresentava ainda, em sua obra, heranças do Simbolismo e técnicas do Classicismo, Gongorismo, Romantismo, Parnasianismo, Realismo, e Surrealismo, razão pela qual a sua poesia é considerada atemporal.

Em 1922, Cecília Meireles casou-se com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, esta última tornou-se artista teatral consagrada. Publicou, em Lisboa - Portugal, o ensaio "O Espírito Vitorioso", uma apologia do Simbolismo. O seu marido, Correia Dias, que sofria de depressão aguda, suicidou-se em 1935. Voltou a se casar, no ano de 1940, quando se uniu ao professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.

Teve ainda importante atuação como jornalista, com publicações diárias sobre problemas na educação, área à qual se manteve ligada fundando, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro, ao dirigir o Centro Infantil, que funcionou durante quatro anos no antigo Pavilhão Mourisco, no bairro de Botafogo.

Profere, em Lisboa e Coimbra, em Portugal, conferências sobre Literatura Brasileira. De 1935 a 1938, leciona Literatura Luso-Brasileira e de Técnica e Crítica Literária, na Universidade do Distrito Federal (hoje UFRJ). Publica, em Lisboa, o ensaio "Batuque, Samba e Macumba", com ilustrações de sua autoria.

Colaborou ainda ativamente, de 1936 a 1938, no jornal A Manhã e na revista Observador Econômico. Em 1939, recebeu o Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia Brasileira de Letras, ao seu livro Viagem, que resultou em animados debates, que tornaram manifesta a alta qualidade de sua poesia. em 1939/1940, Cecília publicou , em Lisboa, em capítulos, "Olhinhos de Gato" na revista "Ocidente". Em 1940, lecionou Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas (USA). Em 1942, tornou-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro.

Cecília Meireles foi sem dúvida uma das artistas brasileiras mais premiadas, tendo sido reconhecida internacionalmente. Ao aposentar-se em 1951 como diretora de escola, continuou a trabalhar como produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro. Em 1952, tornou-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo país vizinho. Realizou numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências em diferentes países sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou. Em 1953, tornou-se sócia honorária do Instituto Vasco da Gama, em Goa, na Índia. Em Délhi, ainda Índia, no mesmo ano, foi agraciada com o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhi.

Em 1962, recebeu o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte. No ano seguinte, ganhou o Prêmio Jabuti de Tradução de Obra Literária, pelo livro "Poemas de Israel", concedido pela Câmara Brasileira do Livro. Em 1963, Seu nome foi dado à Escola Municipal de Primeiro Grau, no bairro de Cangaíba, em São Paulo.

Cecília Meireles faleceu aos 63 anos, no dia 9 de novembro de 1964, Rio de Janeiro, após uma triste luta contra o câncer, sendo-lhe prestadas grandes homenagens públicas. Seu corpo foi velado no Ministério da Educação e Cultura. Recebeu, ainda em 1964, o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela Câmara Brasileira do Livro. Ainda em 1964, foi inaugurada a Biblioteca Cecília Meireles em Valparaiso, no Chile. Em 1965, foi agraciada postumamente com o Prêmio Machado de Assis, pelo conjunto de sua obra, concedido pela Academia Brasileira de Letras.

O Governo do então Estado da Guanabara denominou de Sala Cecília Meireles o grande salão de concertos e conferências do Largo da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro. Em São Paulo, tornou-se nome de rua no Jardim Japão. Em 1974, seu nome foi dado a uma Escola Municipal de Educação Infantil, no Jardim Nove de Julho, bairro de São Mateus, em São Paulo. Em 1981, uma cédula de cem cruzados novos, com a efígie de Cecília Meireles, é lançada pelo Banco Central do Brasil, no Rio de Janeiro.


Sua poesia foi traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner. A obra de Cecília Meireles foi assim julgada pelo crítico Paulo Rónai:

"Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo...A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea."

CECÍLIA POR ELA MESMA


"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.

(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.

(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."

BIBLIOGRAFIA

· Espectro - 1919
· Criança, meu amor - 1923
· Nunca mais... - 1923
· Poema dos Poemas -1923
· Baladas para El-Rei - 1925
· O Espírito Vitorioso - 1935
· Viagem - 1939
· Vaga Música - 1942
· Poetas Novos de Portugal - 1944
· Mar Absoluto - 1945
· Rute e Alberto - 1945
· Rui — Pequena História de uma Grande Vida - 1948
· Retrato Natural - 1949
· Amor em Leonoreta - 1952
· 12 Noturnos de Holanda e o Aeronauta - 1952
· Romanceiro da Inconfidência -1953
· Poemas Escritos na Índia - 1953
· Batuque - 1953
· Pequeno Oratório de Santa Clara - 1955
· Pistóia, Cemitério Militar Brasileiro - 1955
· Panorama Folclórico de Açores -1955
· Canções - 1956
· Giroflê, Giroflá - 1956
· Romance de Santa Cecília - 1957
· A Rosa - 1957
· Obra Poética -1958
· Metal Rosicler -1960
· Solombra -1963
· Ou Isto ou Aquilo -1964
· Escolha o Seu Sonho - 1964

Matéria pesquisada nos sites: www.releituras.com e www.wikipédia.com

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terça-feira, 1 de junho de 2010

Evento: Uma Noite na Taverna à l'Alliance

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Na última sexta-feira, no dia 28 de maio, os poetas tavernistas Rodrigo Santos e Romulo Narducci estiveram se apresentando na Aliança Francesa de São Gonçalo, num evento organizado pelas professoras Mônica e Marcela, batizado de Uma Noite na Taverna à l'Alliance: "une nuit sacrée": rencontres de poetes, onde aconteceu uma versão pocket do evento Uma Noite na Taverna para os alunos e professores da instituição. Além dos poetas tavernistas, alunos e professores da Aliança Francesa recitaram poemas de artistas francófonos em francês e português. Uma bela iniciativa da Aliança Francesa, ao demonstrar o carinho e a valorização do evento, nascendo aí a possibilidade de uma longa e promissorta amizade.
Evoé!
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